Kindle Paperwhite tem atualizações na tela, mas não empolga
Dispositivo foi lançado no Brasil no final do ano passado e traz características de ajuste de temperatura com tonalidades quentes; modelo custa R$ 650 no País
Há alguns meses, o universo da leitura em aparelhinhos ganhou duas novas versões de e-readers (dispositivos eletrônicos de leitura) no portfólio da Amazon: o Kindle Paperwhite e o Kindle Paperwhite Signature Edition. Lançado em setembro do ano passado, o novo Kindle Paperwhite é parte de uma atualização dos já conhecidos aparelhos, trazendo também a versão "pro" do dispositivo.
O novo modelo chegou ao mercado com três promessas muito bem definidas: tela maior, temperatura de iluminação e certificação à prova d'água. Para um e-reader, que tem na tela a maior parte do benefício que o leitor procura, a linha chegou com novidades e recursos que agradam.
A tela do modelo básico Paperwhite, de 6,8 polegadas é antirreflexo e tem um tamanho confortável que fica no meio termo entre o Kindle 10ª geração e o Oasis. A resolução é de 300 ppi (pixels por polegadas, na sigla em inglês) e, para manter a autonomia, o modelo é equipado com uma bateria que pode durar até 10 semanas sem passar perto de uma tomada com uso sem conexão de internet Wi-Fi — é um dos pontos positivos do Kindle em geral.
Uma das principais características nesse aparelho é a temperatura de tela. São 17 leds responsáveis pela mudança no leque de iluminação, que pode ir de nenhuma luz ativada para o nível 24 no controle de branco e amarelo na tela. Ao mesmo tempo em que o recurso pode ser confortável para a leitura, também é dispensável para quem não se incomoda com a tela branca das versões anteriores.
A ferramenta, claro, tem seus adeptos: a configuração realiza ajustes de temperatura de tons frios para tons mais quentes, sempre mesclando a iluminação amarelada na tela. O método é um dos mais usados em ferramentas de leitura noturnas — o aplicativo Books, da Apple, por exemplo, também oferece essa mesma opção para iPhone.
No quesito armazenamento, o novo e-reader tem 8 GB de espaço, o dobro da versão anterior, que possui 4 GB. Na prática, o espaço permite uma biblioteca de milhares de exemplares, uma aposta que talvez tenha tido o aumento durante a pandemia.
Infelizmente, porém, esse aumento não serve muito para o Brasil, pois audiolivros não estão disponíveis em português. Ainda assim, o aumento é interessante para quem gosta de acumular livros digitais: 1 GB armazena aproximadamente 1,1 mil títulos. Ou seja, você pode ter até 8,8 mil títulos na sua estante.
Entre as características mais alardeadas do aparelho está a certificação à prova d'água. Já presente no modelo anterior, essa é uma característica que volta para que o leitor possa usar sem preocupações o Kindle em momentos de lazer, como na piscina. O aparelho suporta até 60 minutos e 2 metros de profundidade em água doce, com classificação IPX8 de impermeabilidade. Ler na beira da piscina e deixar o aparelho cair na água, por exemplo, já não é uma preocupação, de acordo com a Amazon.
Como um dispositivo para facilitar a leitura e permitir o transporte de muitos títulos, o Kindle continua, sem dúvida, como o melhor aliado dos fãs de literatura — e geralmente ele conquista corações rapidamente. O modelo Paperwhite, porém, é um excelente modelo de atualização, ou seja, pode não ser tão interessante para quem quer apenas iniciar a jornada no e-reader.
Isso porque, pelo preço de R$ 650 (versus R$ 400 do modelo 10ª geração), o modelo tem seus principais trunfos em características menos essenciais à leitura. E a diferença é por puro mérito do Kindle 10ª geração: com iluminação embutida, tela apenas 0,8 polegada menor e corpo antirreflexo, o irmão mais novo cumpre muito bem a função de um e-reader de entrada, quase sem deixar nada a desejar para a versão Paperwhite.
O modelo novo, porém, tem um apelo bastante específico: ele é ideal para quem sabe que vai fazer leitura de férias e estará perto de água. É pouco empolgante para uma nova geração de dispositivo.