Lago pode marcar o início da "era dos humanos" na Terra; o que tem lá?
Cientistas indicam lago no Canadá como ponto simbólico de início do Antropoceno
Um lago no Canadá foi proposto nesta terça-feira (11) como o marco oficial para o início do Antropoceno, uma nova época geológica marcada pela presença humana na Terra.
Os pesquisadores do AWG (sigla em inglês para Grupo de Trabalho do Antropoceno) fizeram a indicação em uma conferência conjunta com a Sociedade Max Planck, em Berlim.
O significado científico é uma uma mudança do Holoceno, nossa atual época geológica, iniciada há cerca de 11,7 mil anos, para a "era dos humanos". Mas, além disso, a definição tem um valor simbólico sobre os impactos e rumos da humanidade na Terra, por colocar no centro do debate os danos causados ao planeta.
O que é o "marco" do Antropoceno?
A proposta foi feita por pesquisadores que debatem, desde 2009, quando e como a humanidade começou a alterar o planeta.
O Grupo de Trabalho do Antropoceno foi criado para estudar a linha do tempo geológica da Terra e responder a algumas perguntas.
Uma delas é: uma escavação nas camadas de rochas e sedimentos da Terra daqui a um milhão de anos mostraria uma assinatura humana distinta o suficiente para marcar um limite geológico claro?
No fundo do Lago Crawford, escolhido pelos cientistas para representar a nova era, tudo indica que sim.
Os sedimentos do local carregam vestígios químicos da queda de bombas nucleares e de outras formas de degradação ambiental causadas por humanos, como a queima de combustíveis fósseis.
O material também tem sinais de mudanças nos séculos XIII ao XV, quando povos indígenas habitavam a área, e a partir do século XIX, com a chegada dos colonizadores europeus.
O ano-chave seria 1952, quando análises no solo do lago registraram traços de testes radioativos.
Se a proposta for confirmada, um núcleo de sedimentos do Lago Crawford se tornará o "ponto de ouro" — no inglês, "golden spike" — marcando o início do Antropoceno. Para isso acontecer, entretanto, o lago da cidade de Milton, ainda deve passar por três votações de outras instituições científicas
