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Livro encadernado com pele humana é removido de biblioteca de Harvard

Cientistas sabiam desde 2014 que obra continha restos humanos e universidade diz que falhou em "padrões éticos" de cuidado

28 mar 2024 - 10h13
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Resumo
A Universidade de Harvard anunciou a remoção de uma encadernação de pele humana de um livro que estava em sua biblioteca, destacando a natureza ética problemática da origem e história subsequente do material.
Em 2014, cientistas determinaram que o livro "Des Destinées de l'Ame" continha pele humana
Em 2014, cientistas determinaram que o livro "Des Destinées de l'Ame" continha pele humana
Foto: Harvard

A Universidade de Harvard anunciou na quinta-feira (27) que removeu uma encadernação de pele humana de um livro do século XIX mantido em sua biblioteca, destacando conflitos éticos sobre a origem do material.

O livro, "Des Destinées de l'Ame" (Destinos da Alma), fala sobre a alma e a vida após a morte, escrito pelo poeta francês Arsène Houssaye na metade dos anos 1880. Ele chegou em Harvard em 1934.

Em 2014, cientistas determinaram que o material da capa do livro era, de fato, pele humana. A universidade afirma agora que busca maneiras de assegurar que os restos humanos sejam tratados de forma respeitosa, restaurando a dignidade da mulher não identificada cuja pele foi utilizada.

O livro, ainda sem a pele, foi primeiramente doado a Ludovic Bouland, um doutor amigo Houssaye. Foi o médico quem encadernou a obra com a pele de uma paciente do sexo feminino não identificada, que havia falecido de causas supostamente naturais.

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Dentro do livro, há uma nota de Bouland, enfatizando que nenhuma ornamentação foi estampada na capa para "preservar sua elegância", justificando que "um livro sobre a alma humana merecia ter uma cobertura humana".

A prática, conhecida como bibliopegia antropodérmica, tem sido documentada desde o século XVI. 

Em sua declaração, Harvard reconheceu que seu manuseio do livro não atendeu aos "padrões éticos" de cuidado e que, ao divulgá-lo, ocasionalmente usou um tom "sensacionalista, mórbido e humorístico" que não era apropriado, comprometendo ainda mais a dignidade do ser humano cujos restos foram usados na sua encadernação.

A capa foi retirada do livro, que teve seu conteúdo digitalizado antes de ser removido do acervo da biblioteca da instituição. De acordo com a universidade, os restos humanos não ficarão disponíveis para pesquisadores.

Fonte: Redação Byte
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