Lua de Júpiter apresenta ecossistema capaz de suportar vida
Quando os cientistas olham para o passado do nosso planeta, bem naquela época onde a vida começou a surgir, eles notam que as formas de vida que deram origem a toda a biodiversidade que temos hoje só foram possíveis devido a dois elementos essenciais: água e energia em forma de calor.
Por esse motivo, quando falamos em buscar sinais de vida fora do planeta Terra, a procura por esses dois elementos em ambientes extra-terrestres é tão importante. E, nesse sentido, nenhum astro tem sido tão promissor em abrigar vida alienígena quanto a Europa.
Não, não essa Europa que você pensou! A Europa que estamos falando é a lua gelada de Júpiter, que possui uma quantidade imensa de água em estado líquido em seu interior, graças ao calor gerado pela gravidade que gerada em seu núcleo. Em um estudo publicado no Scientific Reports da Nature, cientistas traçaram um paralelo interessante entre as características da lua joviana e certos ambientes da Terra, onde bactérias são capazes de prosperar mesmo sem a presença da luz solar.
Assim como a Europa de Júpiter, outra lua também traz características promissoras de ser habitada por alguma forma de vida: trata-se de Encélado, satélite natural de Saturno, que também parece ter um oceano profundo abaixo de suas crostas congeladas, sendo possível que exista água em forma líquida devido à força gravitacional gerada pela proximidade com o planeta dos anéis.
"Esta mina subterrânea muito profunda tem vazamento de água através de rachaduras que contêm urânio radioativo", explicou Douglas Galante, co-autor do trabalho, sobre a lua de Júpiter. Segundo a declaração de Galante, o urânio divide as moléculas de água e produz radicais livres, que podem produzir sulfatos quando atacam as rochas presentes no meio. Esses sulfatos podem ser utilizados como forma de gerar energia para as eventuais bactérias que se desenvolvam no ambiente. É a primeira vez que um ecossistema adequado à sobrevivência de bactérias é encontrado.
"O leito do oceano na Europa parece oferecer condições muito semelhantes às que existiram na Terra primitiva durante o primeiro bilhão de anos", observa Galante. "Então, estudar a Europa hoje é até certo ponto como olhar para o nosso próprio planeta no passado".
Quem sabe, daqui alguns milhares de anos, esses satélites naturais alienígenas possam ser como hoje é a Terra?