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Lua e Marte: o que virá na corrida espacial e o que fizemos até agora

Muito se tem avançado no quesito viagens ao espaço, mas o que ainda nos reserva? Confira as próximas viagens

23 jul 2022 - 05h00
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Representação do foguete Space Launch System, o "coração" do programa Artemis (Imagem: Reprodução/NASA)
Representação do foguete Space Launch System, o "coração" do programa Artemis (Imagem: Reprodução/NASA)
Foto: Canaltech

A corrida espacial, que atiçou o imaginário popular desde os anos 50, está a todo vapor novamente. Depois de anos, agências governamentais e empresas privadas planejam novamente levar a Humanidade à Lua e outros planetas.

O novo capítulo desata nova saga ocorreu nesta semana, quando a Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) divulgou sua previsão para levar astronautas à Lua novamente. Será em meados de 2025, como parte do programa espacial Artemis.

O voo do Artemis 1 já será neste ano, em uma janela entre 29 de agosto e 5 de setembro. Não deve haver astronautas a bordo: a ideia é testar o SLS (Space Launch System), “foguete gigante” da Nasa.

Em 2024, o Artemis 2 levará uma tripulação humana para se aproximar da Lua. No ano seguinte, a Artemis 3 finalmente deverá pousar no satélite com astronautas a bordo.

Em paralelo, outras agências na Europa, China e Índia, além de companhias como SpaceX, Blue Origin e Virgin Galactic, mantêm uma agenda cheia de lançamentos para os próximos meses e anos. Veja alguns dos mais aguardados.

SpaceX: Crew-5, 6 e 7

Em 1º de setembro, a Nasa e a SpaceX lançarão a missão Crew-5 à Estação Espacial Internacional (ISS). Ele levará os astronautas Nicole Mann, Josh Cassada, o astronauta japonês Koichi Wakata e a cosmonauta russa Anna Kikina. O foguete decolará no Centro Espacial Kennedy da Nasa, na Flórida.

No ano que vem, Crew-6 e Crew-7 deverão levar astronautas à ISS respectivamente em abril e um período não definido. A empresa de Elon Musk também mira em Marte, mas os planos são mais vagos. A empresa pretende realizar o primeiro voo de teste orbital da Starship ainda em 2022, com o intuito de usar essa nave no futuro para colonizar o Planeta Vermelho.

Também está previsto a construção de um módulo lunar, que foi alvo de briga jurídica com a Blue Origin, de Jeff Bezos, e ainda não tem previsão de lançamento.

Foto: Divulgação / Nasa

Rosalind Franklin, do projeto ExoMars

Apesar de ter sido programado para 2021, o veículo-robô “Rosalind Franklin” da Agência Espacial Europeia (ESA), que pretende investigar indícios de vida antiga em Marte, deverá ser lançado em setembro deste ano. Segundo o diretor geral da agência, Josef Aschbacher, a tensão com a Rússia não vai atrapalhar o programa. Ele defende que deve-se separar a cooperação espacial e os conflitos políticos. Em 2021, o robô passou por manutenção e testes.

Ariane 6

A previsão para o foguete Ariane 6, também da ESA, era ser lançado ainda neste ano, mas talvez a data seja jogada para 2023. Aschbacher chegou a afirmar que é o lançador mais importante da agência e precisa ser inaugurado logo. O foguete deve transportar cargas pesadas que orbitarão a Terra, como satélites de comunicação militar. Teve bom desempenho no último teste crítico, feito esse ano.

Módulo lunar japonês

O SLIM, sigla para módulo inteligente para investigar a Lua, é uma sonda que incorpora pesquisas sobre pouso preciso e a primeira missão lunar da Jaxa, a agência espacial japonesa. Esses estudos ajudam a desenvolver as capacidades necessárias para futuras missões na Lua e abrem a possibilidade de explorar outros planetas. O lançamento está programado para abril de 2023.

Chandrayaan 3: Índia rumo à Lua

A missão Chandrayan 3, da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), pretende repetir a operação da missão lunar Chandrayan 2, em que houve uma falha no software de orientação de pouso, mas só incluirá um módulo fixo e um rover (que explora a superfície) iguais ao Chandrayan 2. A previsão é que a espaçonave seja lançada no primeiro trimestre de 2023.

Rashid: veículo dos Emirados Árabes no nosso satélite

O Rashid Rover, dos Emirados Árabes, foi equipado com as tecnologias mais modernas e se diferencia pela capacidade de resistir à temperatura da superfície lunar, que cai até 173 graus Celsius negativos. Também possui câmeras 3D, sistema de movimento avançado, sensores e  sistema de comunicação alimentados por painéis solares.

Em junho, o presidente Mohamed bin Zayed Al Nahyan revisou os detalhes da missão e afirmou que irá fornecer cerca de 10 GB de material gravado, dados científicos e imagens para a comunidade científica global. A missão pode chegar à Lua ainda em novembro deste ano.

Rússia não deve ficar de fora da nova corrida à Lua

A Roscosmos, agência espacial russa, planeja ainda a missão lunar Orel, com tripulação humana prevista para acontecer em 2025. A ideia é colocar sua própria estação espacial por lá. Antes disso, em setembro deste ano a missão Luna 25 deve deixar um módulo para perfurar o solo do satélite.

Dos anos 60 até agora: sai Guerra Fria, entram bilionários

O anúncio recente da Nasa para a missão Artemis aconteceu em uma semana especial para a exploração do universo, em meio aos 53 anos da missão Apollo 11. Em 20 de julho de 1969, tornou-se a primeira viagem tripulada rumo à Lua. Até o momento, o voo Apollo 17 foi o sexto e último tripulado ao satélite, em 1972.

A nova corrida espacial, no entanto, tem uma nova faceta. Havia antes a disputa geopolítica da Guerra Fria, protagonizada entre as agências espaciais dos EUA e da então União Soviética. Agora empresas privadas como SpaceX, Boeing, Virgin Galactic e Blue Origin buscam verbas dessas agências para financiar suas tecnologias e serem parceiras nas missões.

As pretensões também não ficam só na órbita terrestre ou na Lua, mas em sondas para outros planetas do Sistema Solar e até mesmo cogita-se a colonização deles. A atual tecnologia permite um melhor aproveitamento material, com foguetes reutilizáveis.

O Crew-4, da SpaceX, foi o quarto voo tripulado da nave Crew Dragon e foi lançado em abril deste ano. O Falcon 9 e o Falcon Heavy, principais foguetes da empresa, têm missões previstas até 2026.

A empresa Blue Origin, do bilionário Jeff Bezos, foca mais no turismo espacial sub-orbital, com uma ida de poucos minutos para civis verem a Terra de fora. Em junho deste ano, o brasileiro Victor Hespanha participou de uma viagem da empresa. Ele conseguiu isso em um sorteio para compradores de NFTs pela Crypto Space Agency (CSA).

Nasa volta a brilhar com telescópio James Webb

Mais recentemente, o Telescópio James Webb da Nasa também teve suas primeiras imagens divulgadas. O equipamento consegue captar detalhes novos sobre planetas, estrelas e galáxias distantes, com imagens bem mais nítidas do que as dos telescópios na Terra.

Os chamados “foguetões” da Nasa também se destacaram, como o Vega-C, lançado em julho deste ano da base espacial de Kourou, na Guiana Francesa. Ele foi projetado para lançar satélites de 300 a 2500 kg para missões científicas e de observação da Terra.

Fonte: Redação Byte
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