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Luzes estranhas no céu aparecem como sinais de terremoto? Veja teoria

Estranho fenômeno é conhecido como "luzes de terremoto”; alguns cientistas refutam a teoria

4 mai 2023 - 12h02
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 Luzes do terremoto capturadas sobre o Monte Kimyo, Japão, em 1968
Luzes do terremoto capturadas sobre o Monte Kimyo, Japão, em 1968
Foto: Reprodução / NewScientist / SENHOR. KURIBAYASHI/Cortesia do Boletim da Sociedade Sismológica da América

Um pequeno grupo de pesquisadores da empresa QuakeFinder estuda a possibilidade de prever terremotos com luzes no céu, que, segundo eles, não acontecem à toa e podem significar sinais de um tremor. 

A ideia, apesar de bizarra, não é nova e enfrenta resistência por parte de cientistas. Em um estudo de anos, publicado em 2022, na revista Advancing Earth and Space Science, pesquisadores analisaram combinações de dados envolvendo o campo magnético da Terra, flashes de luz e acontecimentos de terremotos.

Em um exemplo, o balneário de Acapulco, no México, apesar de ser conhecido por sua beleza, experimentou algo estranho em 2021: um terremoto de magnitude 7,0 abalou as praias arenosas da cidade e os arranha-céus à beira-mar.

A região atingida pelo tremor provou algo ainda mais fora do comum: uma barragem de luzes azuis, como flashes de raios celestes, iluminou o céu noturno, aparentemente logo acima da linha de falha geológica.

As chamadas “luzes de terremoto” seriam um fenômeno semi-mítico que surgiu em relatos de tremores durante séculos.

Prevendo terremotos 

Essa ideia não é nova e flashes azuis causados por um terremoto são frequentemente descartados pelos cientistas. No entanto, o novo estudo parece apresentar evidências para uma hipótese alternativa. 

Segundo os pesquisadores, quando as falhas tectônicas se rompem, correntes elétricas são criadas. E quer essas correntes produzem luzes ou não, deve haver sinais eletromagnéticos reveladores produzidos por elas que seriam detectáveis com antecedência.

Ao NewScientist, Simon Klemperer, geofísico da Universidade de Stanford, na Califórnia (EUA), que analisou independentemente os dados do QuakeFinder, disse que “é realmente difícil coletar dados bons, dados limpos, para manter os instrumentos em campo”. “A QuakeFinder fez isso com muito sucesso”, continuou.

Usando um subconjunto de dados composto por quase 900 terremotos de magnitude 4 ou superior, pesquisadores relataram uma ligeira mudança nos sinais do campo eletromagnético entre quatro e 12 dias antes desses tremores. 

A análise deles mostrou que os sinais tinham uma significância estatística de 3 sigma, o que significa que há 99,7% de chance de que não sejam apenas um acaso. “O que isso sugere é que realmente houve um efeito”, afirmou Karl Kappler, cientista-chefe do QuakeFinder.

O que diz a ciência

Apesar dos avanços tecnológicos, a ciência que identifica e tenta prever sinais de terremoto permanece em terreno instável. Alguns cientistas argumentam que, apesar de anos descartando a possibilidade, evidências de que tremores podem ser previstos continuam surgindo. 

O geofísico Angelo De Santis, do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia de Roma, que estuda sinais pré-terremotos, afirmou à reportagem que provavelmente existem muitos tipos diferentes de precursores. 

“Não é apenas uma anomalia precursora [única] que estamos procurando, mas é um padrão”, diz ele.

Outros afirmam que há uma série de sinais iminentes de tremores. Alguns deles são mudanças na temperatura e umidade atmosférica, seguidas por aumentos na radiação infravermelha da superfície da Terra e níveis elevados de metano e monóxido de carbono. 

Ainda assim, a QuakeFinder continua com inúmeras pesquisas para provar que as evidências coletadas podem ser precursoras de terremotos.

Fonte: Redação Byte
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