Mais tempo de tela significa menos conversa entre pais e filhos, conclui estudo
Pesquisa com mais de 200 famílias na Austrália mostrou que em quase todas as idades, o aumento do tempo de tela silenciava as conversas
Mais tempo de tela significa menos conversa entre pais e filhos, conclui estudo publicado nesta segunda-feira (4) na revista Jama Pediatrics. A pesquisa mostra que os jovens que passam mais tempo com eletrônicos falam menos, ouvem menos e trocam menos ideias com os adultos.
O novo estudo, liderado por Mary E. Brushe, pesquisadora do Telethon Kids Institute da Universidade da Austrália Ocidental, reuniu dados de 220 famílias na Austrália do Sul, Austrália Ocidental e Queensland com crianças nascidas em 2017.
Uma vez a cada seis meses — até completarem três anos — as crianças usavam camisetas ou coletes com pequenos processadores digitais de linguagem que rastreavam automaticamente sua exposição a certos tipos de ruído eletrônico, bem como a linguagem falada pela criança, pelos pais ou por outro adulto.
Os pesquisadores estavam atentos a três medidas de linguagem: palavras faladas por um adulto, vocalizações infantis e movimentos na conversa. Eles modelaram cada medida separadamente e ajustaram os resultados por idade, sexo e outros fatores, como o nível de escolaridade da mãe e o número de filhos em casa.
Os pesquisadores descobriram que, em quase todas as idades, o aumento do tempo de tela silenciava as conversas.
Quando as crianças tinham 18 meses de idade, cada minuto adicional de tempo de tela estava associado a 1,3 menos vocalizações infantis, por exemplo, e quando tinham 2 anos, um minuto adicional estava associado a 0,4 voltas a menos na conversa.
As associações negativas mais fortes surgiram quando as crianças tinham 3 anos – e eram expostas a uma média de 2 horas e 52 minutos de tela diariamente. Nessa idade, apenas um minuto adicional de tempo de tela foi associado a 6,6 menos palavras, 4,9 menos vocalizações infantis e 1,1 menos voltas na conversa.