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Mamutes não foram extintos por condições genéticas, sugere pesquisa

Pesquisadores acreditam que mesmo com doenças causadas por endogamia, a extinção da espécie não foi causada necessariamente por isso

1 jul 2024 - 05h00
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A característica mais marcante do mamute lanoso era seu longo e espesso pelo, que era adaptado para suportar o clima frio das regiões onde habitava.
A característica mais marcante do mamute lanoso era seu longo e espesso pelo, que era adaptado para suportar o clima frio das regiões onde habitava.
Foto: wikimedia commons Juan Velasco / Flipar

Os últimos mamutes lanosos (Mammuthus primigenius) viveram isolados há cerca de 10 mil anos na Ilha de Wrangel, atualmente costa da Sibéria. Nesse período, o nível do mar subiu e separou a região montanhosa do continente.

Agora, nova teoria sobre essa época foi publicada na revista Cell, na última quinta-feira (27). Antes, cientistas teorizavam que os mamutes foram extintos, aproximadamente 4.000 anos atras, por conta da diminuição da população dos animais, e os levou à endogamia (acasalamento de indivíduos geneticamente semelhantes), e consequentemente, doenças graves pela falta de diversidade genética.

Em um novo estudo realizado por pesquisadores do Centro de Paleogenética, do Museu Sueco de História Natural e pela Universidade de Estocolmo, foi revelado que não foi bem isso que aconteceu.

Na pesquisa, uma nova análise genômica mostra que os animais que viveram na ilha por 6.000 anos se originaram de, no máximo, oito mamutes.

Eles cresceram para algo próximo de 200 a 300 indivíduos em 20 gerações, e teriam, segundo a pesquisa, sinais de endogamia e baixa diversidade genética, mas não a ponto de explicar sua extinção final.

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“Agora podemos rejeitar com confiança a ideia de que a população era simplesmente pequena demais e estava condenada a extinguir-se por razões genéticas”, diz o autor principal Love Dalén, geneticista evolutivo do Centro de Paleogenética, em comunicado à imprensa.

Desaparecimento misterioso

De acordo com Dalén, essa descoberta aponta que algum evento aleatório matou os mamutes, e caso não tivesse ocorrido, eles estariam vivos até hoje.

Para entender como os eventos transcorreram, a equipe analisou os genomas de 21 mamutes, sendo 14 deles vindos da Ilha de Wrangel e sete da população continental, que precederam o gargalo.

No total, as amostras cobriram os últimos 50 mil anos da existência da espécie, o que deu a oportunidade de verificar como a diversidade genética dos mamutes mudou ao longo do tempo.

Comparados aos seus ancestrais continentais, além dos problemas já mencionados, também houve uma redução na diversidade do complexo principal de histocompatibilidade, um grupo de genes conhecido por ter um papel importante na resposta imune dos vertebrados.

A diversidade genética dos mamutes da Ilha de Wrangel foi diminuindo lentamenta ao longo dos 6 mil anos, que o tamanho da população foi estável até o fim.

Apesar da população de mamutes da ilha ter acumulado mutações prejudiciais durante o período, os pesquisadores acreditam que ao mesmo tempo, a população estava eliminando as mutações mais prejudiciais, de forma devagar.

Os genomas de mamutes analisados neste estudo tem um recorte grande de tempo, mas não incluem os últimos 300 anos da existência da espécie. Porém, os pesquisadores descobriram fósseis do período final dos mamutes e planejam realizar sequenciamento genômico no futuro.

“O que aconteceu no final ainda é um pouco misterioso; não sabemos por que eles foram extintos depois de estarem mais ou menos bem por 6.000 anos, mas achamos que foi algo repentino”, diz Dalén. “Eu diria que ainda há esperança de descobrir por que eles foram extintos, mas sem promessas.”

Fonte: Redação Byte
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