Mar de Florianópolis surge em cor azul neon em vídeo; entenda o fenômeno
Fenômeno da bioluminescência foi registrado por remadores; segundo oceanógrafos, o fato tem origem em microalgas fitoplanctônicas
Remadores registraram no mar de Florianópolis um tom azul neon. O fenômeno é conhecido como bioluminescência, que é a produção de luz por organismos vivos. Um vídeo foi gravado por integrantes de um clube de canoagem, na Baía Norte, às 6h15 de quarta-feira (26).
Segundo oceanógrafos, o fato tem origem em microalgas fitoplanctônicas, que são micro-organismos que vivem flutuando na superfície de ambientes aquáticos.
O fitoplâncton se destaca pela capacidade de realizar fotossíntese e porque constitui a base da cadeia alimentar aquática.
De acordo com uma das proprietárias da empresa, Débora Machado Dutra, o fenômeno não é tão incomum.
"Todos os anos nós temos o prazer de presenciar essas luzes azuis neon. Somente nesta semana, vimos três vezes, segunda, terça e quarta", relata.
Durante o dia, a bioluminescência é ofuscada pelo sol, mas em noites sem o brilho da lua e longe da luminosidade das cidades, a luz produzida pela soma da comunidade de fitoplâncton promove a iluminação das águas em luzes neon.
O que é a bioluminescência
A bioluminescência é o processo responsável pela emissão de luz dos vaga-lumes, por exemplo. Ocorre em uma grande diversidade de organismos, sendo encontrados nos filos Annelida, Arthropoda, Chordata, Cnidaria, Ctenophora, Equinodermata e Mollusca.
O fenômeno pode ser observado em ecossistemas aquáticos ou terrestres, a partir de artrópodes, bactérias, fungos, algas, cnidários, insetos, moluscos e peixes. Segundo estudos, tem como papel primordial a comunicação biológica, como defesa, atração de presas e atração sexual.
A explicação para a bioluminescência está na oxidação de uma molécula orgânica. Na reação química, a energia de ligação dos compostos orgânicos é convertida em luz visível. As moléculas que são oxidadas são chamadas de Luciferina. Elas produzem moléculas excitadas (fótons), que decaem e emitem luz. Por sua vez, as enzimas que catalisam essa reação são chamadas de luciferases.
Vale destacar que a bioluminescência é usada na medicina com a proteína fluorescente verde (GFP), retirada de águas-vivas. Algumas luciferases são usadas como marcadores para vírus e bactérias, por exemplo, para rastrear infecções.