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Marcas rupestres podem ter iniciado escrita antes do que imaginávamos

Grupo defende que foi registrado um "sistema de proto-escrita" em pinturas rupestres de 20 mil anos de idade

9 jan 2023 - 17h19
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Pesquisadores associam linhas, pontos e Y a informações sobre acasalamento dos animais
Pesquisadores associam linhas, pontos e Y a informações sobre acasalamento dos animais
Foto: Reprodução/Cambridge Archaeological Journal

Um grupo de seis pesquisadores — três independentes e outros três ligados às universidades de College London e Durham (ambos na Inglaterra) — publicou um artigo científico no qual defende que foi registrado um "sistema de proto-escrita" em pinturas rupestres de 20 mil anos de idade. A pesquisa foi publicada no Cambridge Archaeological Journal na quinta-feira (5).

Os cientistas afirmam que a escrita como a conhecemos nasceu na região da Suméria, na Mesopotâmia, por volta de 3.300 a.C, com pictogramas associados a marcas abstratas que representavam números. No entanto, o tal "sistema de proto-escrita" faria com que essa invenção da Humanidade tenha começado mais de 14 mil anos antes.

A equipe analisou um banco de dados com mais de 800 sequências de pontos, linhas verticais e formas Y encontradas em pinturas rupestres da Europa da última Era do Gelo — 606 sequências sem Y e 256 com. Essas marcas eram frequentemente colocadas ao lado de animais, algo que foi crucial para decodificá-las.

Foi concluído, então, que a linha vertical e o ponto constituem números que denotam meses e formam partes constituintes de um calendário fenológico (relação da natureza com animais) e meteorológico local que começa na primavera e registra o tempo a partir deste ponto nos meses lunares.

Também foi levantada a hipótese de que o símbolo Y dessas pinturas significava "dar à luz", o que significaria que as imagens trariam informações sobre animais da época, como cavalos selvagens, veados, gado e mamutes.

"O significado das marcações dentro desses desenhos sempre me intrigou, então comecei a tentar decodificá-las, usando uma abordagem semelhante à que outros adotaram para entender uma forma primitiva de texto grego", diz um dos pesquisadores independentes do estudo, Benneth Bacon.

Os pesquisadores deixam claro que isso não torna essas marcas exatamente um tipo de escrita, com letras e frases, mas elas podem representar "uma unidade completa de significado".

Fonte: Redação Byte
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