Mark Zuckerberg está recebendo críticas de todos os lados e quase nenhum apoio
Após se envolver em inúmeras polêmicas sobre a segurança dos usuários e suas privacidades junto à rede social Facebook, Mark Zuckerberg está recebendo críticas de todos os lados. Nomes de personalidades importantes no mundo tech, como Tim Cook, Elon Musk e Marc Benioff, comentaram publicamente suas considerações sobre o caso e não pouparam Mark de críticas quanto à exposição de informações envolvendo a Cambridge Analytica.
As grandes empresas de tecnologia tendem a defender umas às outras, como aconteceu quando a Apple precisou se levantar contra o FBI para proteger um iPhone criptografado durante uma investigação. Mas nem mesmo as empresas do Vale do Silício pronunciaram qualquer tipo de apoio a Mark ou ao Facebook.
Toma lá, dá cá
Durante o caso do iPhone com o FBI, inclusive, o próprio Facebook, juntamente com outras empresas, como a Alphabet e a Microsoft, prestou apoio a Tim Cook e à Apple. Entretanto, quando questionado sobre o caso do "vazamento" do Facebook, Cook criticou abertamente o CEO e disse que não se encontraria nessa situação se estivesse no lugar de Zuckerberg, defendendo que a forma de lucro da rede social requer a exploração dos dados dos usuários.
Zuckerberg, em entrevista à Vox no início dessa semana, afirmou que a interpretação de Cook é "extremamente simplesta e nem um pouco alinhada com a verdade", chegando a afirmar que as críticas de Cook refletem sintomas de Síndrome de Estocolmo.
Desde o início das polêmicas envolvendo a rede social, há cerca de duas semanas, as ações do Facebook despencaram mais de 16%.
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Gennie Gebhart, pesquisadora na Electronic Frontier Foundation, uma organização voltada para ações de defesa à privacidade digital, defendeu que os usuários estão mais próximos das personalidades do mundo da tecnologia para garantir que as outras empresas não façam o mesmo que o Facebook e a Cambridge Analytica fizeram: "Proteger a privacidade é bom para os negócios agora", disse ela.
Como as empresas de plataformas sociais precisam aproveitar os dados do usuário para vender melhor aos anunciantes, fica mais difícil prometer privacidade e manter um modelo de negócios robusto. Segundo Gebhart, "a privacidade é cada vez mais um ponto de venda para os usuários de tecnologia, mas para as empresas de mídia social, os abusos de dados são uma característica, não um bug. Trata-se de todo o modelo de negócios baseado em vigilância e publicidade da web. O Facebook pode ser o pior ou o melhor, dependendo da sua visão de vigilância", disse ela.
O posicionamento das outras redes sociais
Brian Acton, co-fundador do WhatsApp, declarou publicamente seu apoio ao movimento #DeleteFacebook, ficando contra Zuckerberg. O Snapchat chegou a trollar a rede social no Dia da Mentira, no último fim de semana, ao lançar um filtro que brinca com a situação da rede social de Zuck. Outras redes sociais, como o Twitter e o LinkedIn, permaneceram no mais absoluto silêncio, preferindo não se posicionar sobre o caso.
Já Marc Benioff, da Salesforce, não poupou seu xará dos comentários negativos, defendendo que o Facebook deveria ser regulamentado de forma semelhante ao que acontece com o tabaco, por exemplo. "Eu tive problemas com amigos meus no Facebook, que estavam me chamando e muito chateados comigo porque eu disse: 'Facebook é o novo cigarro'. É viciante, não é bom para você e há forças externas tentando manipulá-lo para usar", comparou Benioff.
Elon Musk, após ser desafiado por usuários no Twitter e acabar apagando as páginas da SpaceX e Tesla do Facebook, disse que sua decisão não teve qualquer motivação política e disse apenas "Só não gosto do Facebook. Me dá ânsia. Desculpe."
Aparentemente, Mark está descobrindo às duras penas que ele possui muito menos curtidas do que ele achou que teria.