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Marte arrota gás metano com ajuda de rover Curiosity; entenda

O sal pode desempenhar um papel fundamental no comportamento misterioso das emissões de metano em Marte

26 abr 2024 - 13h05
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Resumo
Equipe da Nasa investiga mistério do metano encontrado de forma irregular em Marte, que acredita ser preso embaixo de uma crosta de sal solidificada dentro do regolito em Gale.
O rover Curiosity, da NASA, tem uma broca em seu braço robótico para perfurar o solo de Marte (Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/MSSS)
O rover Curiosity, da NASA, tem uma broca em seu braço robótico para perfurar o solo de Marte (Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/MSSS)
Foto: Canaltech

O gás Metano tem sido detectado em Marte pelo Curiosity, da Nasa, desde 2012. Em especial, foi encontrado repetidamente perto do local de pouso do rover, dentro da cratera Gale, que possui 154 quilômetros de largura.

O que tem sido observado é que o gás se comporta de forma errática, aparecendo somente à noite, flutuando sazonalmente e com aumento de níveis 40 vezes mais altos que o normal. 

Outra parte desse mistério é que o metano não aparece na superfície de outros lugares em Marte, além de não se apresentar em quantidades significativas na alta atmosfera marciana. 

Um grupo de pesquisadores da Nasa, liderados pelo cientista planetário Alexander Pavlov, encontrou algumas informações que podem responder parcialmente o que está acontecendo na cratera Gale. 

Os cientistas acreditam que o metano em Marte está preso embaixo de uma crosta de sal solidificada, dentro do regolito em Gale. Durante o dia, as temperaturas mais altas conseguem debilitar essa crosta, o que permite o escape do metano durante a noite. 

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Além disso, o peso de um rover pesado passando sobre essa crosta também poderia causar rachaduras, resultando que o metano saia como um sopro concentrado, essencialmente como um bebê arrotando. 

Para averiguar essa hipótese, os pesquisadores repetiram a situação na Terra, com um regolito simulado de Marte, um sal chamado perclorato, que existe amplamente no Planeta Vermelho e neon como um análogo para o metano. 

Nos testes, feitos dentro de uma câmara de simulação marciana no Centro de Voo Espacial Goddard da Nasa em Maryland, nos EUA, mostraram que uma crosta de sal poderia se formar sob certas condições, aprisionando o metano sob ela.

Apesar da presença de uma camada de sal solidificada seja capaz de explicar o comportamento irregular do metano em Marte, os cientistas ainda não têm certeza do motivo pelo qual o metano está presente no planeta. 

Na Terra, o metano é predominantemente produzido por organismos vivos, mas até agora foram encontradas evidências de vida em Marte.É importante ressaltar que o metano não é uma garantia de vida. O gás também pode ser gerado por processos geológicos.

"É uma história com muitas reviravoltas", disse Ashwin Vasavada, cientista do projeto Curiosity no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, no sul da Califórnia, em nota. "Alguns dos trabalhos com metano terão que ser deixados para futuras espaçonaves superficiais mais focadas em responder a essas perguntas específicas."

Em março de 2024, foi publicado no Journal of Geophysical Research um artigo sobre a pesquisa da equipe.

Fonte: Redação Byte
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