Medicamento à base de arsênico combate bactérias resistentes e malária
Conhecido como arsinotricina, o novo medicamento derivado do arsênico é promissor no combate de bactérias resistentes e da malária em testes de laboratório
O potente veneno arsênico pode ter fins muito mais nobres para a humanidade, conforme apontam novas pesquisas. Pesquisadores descobriram que um medicamento natural derivado da substância, a arsinotricina (AST), pode combater tanto bactérias resistentes aos antibióticos comuns quanto o parasita que provoca a malária (Plasmodium falciparum).
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Por enquanto, os testes envolvendo o medicamento à base de arsênico são desenvolvidos in vitro (em laboratório). Nas condições ideias de testagem, o remédio controlou com sucesso a bactéria Escherichia coli e outro agente infeccioso que provoca a tuberculose.
Considerando o atual cenário epidemiológico, novos tipos de antibióticos são extremamente necessários para a humanidade, enquanto o número de superbactérias cresce em todo o mundo, como aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS) em recente relatório.
Potencial do remédio à base de arsênico
Nesta etapa de testes pré-clínicos, a pesquisa ainda revelou a capacidade do composto em combater o protozoário da malária no fígado, nos rins e no intestino. O interessante é que o medicamento é também capaz de bloquear a transmissão do parasita de um humano doente para um mosquito saudável.
"Os antimaláricos atuais não interrompem completamente a transmissão, o que significa que os pacientes doentes [quando picados] podem infectar os mosquitos antes de se recuperarem", afirma Masafumi Yoshinaga, professor da Florida International University (FIU) e um dos autores do estudo, em comunicado.
"Descobrimos que a AST é um composto promissor para o desenvolvimento de uma nova classe de potentes remédios contra a malária que atuam em diferentes estágios" da doença, acrescenta Yoshinaga.
Avanço nos testes com remédio que combate bactérias e malária
Após completar a rodada de testes em laboratório, os pesquisadores devem iniciar pesquisas com o remédio à base de arsênico com modelos animais, como roedores. Obtendo sucesso nessa etapa, experimentos com voluntários humanos serão liberados pelas agências reguladoras. "Temos um longo caminho a percorrer antes de termos um novo medicamento no mercado, mas o atual trabalho abre caminho para esse objetivo", afirma Barry P. Rosen, professor da FIU e outro autor do estudo.
Embora a pesquisa publicada na revista científica Microorganisms seja pioneira no uso de um medicamento derivado do arsênico, outras equipes no globo desenvolvem estudos com formulações diferentes derivadas do possível veneno. Neste ponto, estão bastante avançados estudos para fins oncológicos. Estes usos "inusitados" da substância letal são avaliados desde o início dos anos 1990.
Fonte: Microorganisms e FIU
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