Script = https://s1.trrsf.com/update-1725976688/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Médicos brasileiros criam método de reconstrução peniana que permite até ereções

Especialistas em urologia de universidades baianas criam cirurgia que usa corpos cavernosos na reconstrução do pênis, que pode aumentar órgão e permite ereção

1 set 2022 - 21h27
(atualizado em 2/9/2022 às 07h00)
Compartilhar
Exibir comentários

Cientistas brasileiros conseguiram desenvolver uma nova técnica cirúrgica para reconstruir ou aumentar o pênis e até mesmo fazer um, artificialmente, para homens trans — e o melhor, o órgão é capaz de sustentar uma ereção normalmente. A técnica foi descrita em publicação no periódico científico International Brazilian Journal of Urology.

Comandando a equipe, está o urologista Ubirajara Barroso Junior, especialista em reconstrução genital. Até o momento, os médicos já conseguiram realizar a operação em pacientes amputados, com micropênis e em um homem trans. Anteriormente, operações de reconstrução utilizavam pele de outras partes do corpo para refazer o órgão, mas sem a capacidade e entumescer como um pênis normal.

Foto: Ckstockphoto/Envato Elements / Canaltech

Como o novo método de reconstrução peniana funciona

Internamente, o pênis tem basicamente 3 cilindros: no centro, há o corpo esponjoso, envolvendo e protegendo a uretra, por onde passa a urina. Ao seu redor, há dois cilindros chamados de corpos cavernosos, preenchidos com sangue quando há estímulo sexual, fazendo com que o órgão fique ereto.

A ausência dos corpos cavernosos é o que invalida métodos antigos de reconstrução peniana, e mesmo o corpo esponjoso é diferente: nos órgãos artificias, a uretra termina em um furo na parte de baixo do pênis, fazendo com que o indivíduo tenha de urinar sentado. Próteses rígidas internas não são ideais, já que os movimentos da penetração fazem o tecido rasgar e a prótese sair.

Com a presença apenas da pele e ausência de estrutura cartilaginosa para dar resistência ao pênis artificial, até próteses infláveis são pouco efetivas: em 50% dos casos, ela também fura o órgão e escapa. Agravando a situação, ela é muito cara, chegando a custar até R$ 90 mil. Médicos de universidades baianas, então, estudaram uma saída: utilizar os corpos cavernosos de fora do pênis.

Metade dos corpos cavernosos do organismo fica no pênis — o resto fica no períneo, área entre o saco escrotal e o ânus. Tentativas anteriores de reutilizar essa parte do corpo haviam falhado, pois os corpos cavernosos têm uma artéria cada e ficam presos ao osso da bacia. Soltar o tecido dos ossos gera o risco de danificar os vasos sanguíneos e perder a habilidade do corpo cavernoso de encher de sangue.

A sacada para o novo método foi fazer uma incisão no períneo e fazer a operação por dentro do osso da bacia e, ao invés de tentar descolar o corpo cavernoso da estrutura óssea, cortar um pedaço do osso junto, amarrando-o a um ponto mais à frente, no osso do púbis. Com isso, os corpos cavernosos conseguem chegar até o pênis e preenchê-lo. Eles precisam ficar presos a um osso pois, caso contrário, a penetração os empurraria para dentro. Definitivamente.

Operações bem-sucedidas

O primeiro paciente agraciado com o novo método foi um menino que perdeu o pênis para uma mordida de cachorro quando ainda era um bebê. O pênis reconstruído ficou com 8 centímetros em estado ereto, e outro paciente, que tinha um micropênis de 3,5 cm, ficou com 9 cm (ambas as medidas quando ereto). Nesse caso, a cirurgia foi mais delicada, já que o homem tinha a capacidade de ficar ereto, então tinha mais a perder do que outros pacientes.

Outros indivíduos, que mutilaram seus pênis durante surtos psicóticos, também puderam se aproveitar da operação, além de um homem que perdeu o pênis para o câncer. Associado à falta de higiene, o câncer de pênis chega a representar 2% dos tumores malignos em brasileiros, causando a amputação de 500 pessoas por ano.

Barroso afirma querer ajudar essa parcela da população, então quer ensinar o método a outros médicos, que requer cuidado e experiência — a operação pode durar até 9 horas. O último grande feito foi em um homem trans, possível porque o clitóris também possui 2 corpos cavernosos, com quase o mesmo tamanho do que no corpo biologicamente masculino. Nesse caso, o pênis artificial ficou com 6 centímetros e funcionamento perfeitamente.

Fonte: International Brazilian Journal of Urology

Trending no Canaltech:

Canaltech
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade