Meta critica ANPD: suspensão de dados brasileiros para treinar IA é "retrocesso"

A Meta se mostrou insatisfeita com a decisão da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) de suspender o uso de dados de brasileiros para o treinamento de inteligência artificial (IA) pela empresa nesta terça-feira (2).

Em um comunicado ao Byte, um porta-voz da dona do Facebook declarou: "Estamos desapontados com a decisão da ANPD. Treinamento de IA não é algo único dos nossos serviços, e somos mais transparentes do que muitos participantes nessa indústria que têm usado conteúdos públicos para treinar seus modelos e produtos."

Notícias relacionadas

Meta pode ser multada em R$ 50 milhões por infringir lei de proteção de dados; entenda

Meta diz que pode bloquear notícias no Facebook na Austrália

Governo determina que Meta pare de usar dados pessoais para treinamento de IA

A Meta argumenta que sua abordagem está em conformidade com as leis de privacidade e regulações do Brasil. A empresa ainda afirma que continuará a trabalhar com a ANPD para esclarecer as dúvidas.

O porta-voz da Meta ressalta que a decisão da ANPD representa um retrocesso para a inovação e a competitividade no desenvolvimento de IA no Brasil. "Isso atrasa a chegada de benefícios da IA para as pessoas no Brasil", conclui.

Proibição

A ANPD estabeleceu, nesta terça, uma multa de R$ 50 mil por descumprimento à ordem, que tem validade imediata.

A decisão sobre a medida foi feita pelo Conselho Diretor da autoridade, assinado pelo diretor-presidente, Waldemar Gonçalves.

A medida chega junto com as novas políticas de uso das plataformas da Meta (Facebook, WhatsApp e Instagram), que entrou em vigor no dia 16 de junho e passou a permitir automaticamente que a IA da companhia utilize informações postadas por usuários nas redes sociais, excluindo somente mensagens diretas para amigos e família.