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Meta e Google fazem vista grossa para desinformação eleitoral, diz organização

Segundo relatório da SumOfUs mostra que, apesar de discurso sobre prioridade, plataformas de Meta e Google estão sendo usadas para minar processo eleitoral

28 set 2022 - 17h55
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Meta e Google fazem vista grossa para desinformação eleitoral, diz organização
Meta e Google fazem vista grossa para desinformação eleitoral, diz organização
Foto: Núcleo Jornalismo

No discurso de Meta e Google, moderar conteúdo eleitoral é prioridade. Mas uma nova pesquisa da organização sem fins lucrativos SumOfUs identificou que Facebook, YouTube e outras plataformas estão sendo empregadas por grupos da extrema-direita brasileira para disseminar teorias da conspiração e impulsionar dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral brasileiro.

RELATÓRIO. Publicado nesta quarta-feira (28.set.2022), "Pare o Roubo Parte 2: Como YouTube e Meta estão desmontando a democracia brasileira" é o segundo relatório elaborado pela SumOfUs que alerta sobre o papel das redes sociais na difusão de discursos antidemocráticos.

Entre 10.set e 16.set.2022, pesquisadores analisaram milhares de publicações nas redes sociais. Em setembro, a organização já havia lançado o "Pare o roubo 2.0: Como a Meta está subvertendo a democracia brasileira".

O Intercept Brasil também publicou uma nota sobre o relatório desta quarta-feira.

PRINCIPAIS PONTOS. Os principais pontos do relatório:

  • A Meta aprovou e deixou rodar dezenas de anúncios que colocam em dúvida a integridade do processo eleitoral, espalham desinformação sobre as urnas eletrônicas e sobre a contagem de votos, e que defendem um golpe de cunho militar;
  • Vídeos promovendo a versão brasileira de Stop the Steal ("pare o roubo") registraram altos níveis de engajamento: apenas 10 vídeos de Youtube marcaram 22 milhõesde visualizações e 2,3 milhõesde interações no Facebook;
  • Evidências que apontam que o YouTube continua faturando e lucrando com canais que propagam desinformação - mesmo que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tenha ordenado às plataformas suspenderem pagamentos para disseminadores de desinformação sobre o processo eleitoral.

ANÚNCIOS. Pesquisadores fizeram uma busca modesta na Biblioteca de Anúncios da Meta usando apenas 7 termos [Urna eletrônica, STF, Urnas eletrônicas, Alexandre de Moraes, Fachin, Pesquisa eleitoral, TSE] para um período de 7 dias. Encontraram 56anúncios c0m desinformação eleitoral que acumulavam, juntos, quase 3 milhõesde impressões.

ORIGEM. Pesquisadores usaram o CrowdTangle para analisar o caminho percorrido por 10 vídeos do tipo "Stop The Steal".

A descoberta foi que os impactos desse tipo de conteúdo não se limitam ao Youtube. Pelo contrário, o Youtube é a nascente - ali esse tipo de conteúdo é criado e monetizado e depois distribuído pelo Facebook, Instagram e Twitter, atingindo milhões de usuários.

9 destes 10 vídeos eram de canais verificados pelo Youtube.

RECOMENDAÇÕES

A hora de agir é agora, alerta a SumOfUs, reiterando o pedido para que as plataformas implementem as recomendações feitas pelas mais de 90 organizações da sociedade civil, incluindo a própria SumOfUs, em relatório publicado em 16.set.2022.

A organização reiterou as seguintes recomendações:

  • fortalecer o sistema de moderação de conteúdo, o que passa pela contratação de mais moderadores com entendimento suficiente do contexto político local em condições de trabalhos decentes e remuneração justa;
  • melhorar o processo de verificação de anúncios de maneira a filtrar mais efetivamente contas que estão publicando conteúdo que mina a integridade eleitoral;
  • avaliar, mitigar e publicizar os riscos que suas plataformas representam aos direitos humanos nos países onde operam;
  • publicizar detalhes dos passos adotados em cada país e cada língua para garantir integridade eleitoral;
  • aumentar transparência ao listar detalhes completos de todos anúncios na Biblioteca de Anúncios da Meta, como público-alvo, público atingido, gastos com anúncios e pagador do anúncio;
  • permitir que auditores independentes verifiquem se a empresa está fazendo o que diz estar fazendo;
  • publicizar a avaliação de riscos pré-eleições para o Brasil.
Texto Laís Martins
Edição Sérgio Spagnuolo
Núcleo Jornalismo
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