Mistério: 2.500 focas são achadas mortas na Rússia sem causa aparente
Causa das mortes está sendo investigada em laboratório, disseram autoridades; espécie está ameaçada de extinção
Cerca de 2.500 focas-do-mar-cáspio (Pusa caspica) foram encontradas mortas na área de Yuzbash, no Sul da Rússia, neste fim de semana, escreveu o Ministério dos Recursos Naturais da República do Daguestão em um post no Telegram. A causa das mortes está sendo investigada após estudos laboratoriais do material coletado.
Autoridades regionais relataram no sábado (3) que 700 focas mortas foram encontradas na costa, mas depois o número aumentou para 2.500. Esses animais estão na lista de espécies em extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigle em inglês).
Segundo as autoridades, fatores naturais foram reconhecidos como a versão principal da morte das focas-do-mar-cáspio. O estado dos órgãos internos dos animais estudados não confirmou a hipótese de intoxicação por metais pesados ou pesticidas.
O chefe do Centro de Proteção Ambiental do Cáspio, Zaur Gapizov, disse à Associated Press que os bichos podem ter morrido semanas atrás e afirmou que não havia evidências de que armadilhas em redes de pesca causaram as mortes.
Mortes em massa
Nos últimos anos, foram observadas outros incidentes de focas mortas na costa do Daguestão, no Mar Cáspio, com certa frequência. Casos foram registrados em 2012 e 2016, escreveu o Ministério.
De acordo com a IUCN, atualmente não existem áreas protegidas especiais para a conservação das focas-do-mar-cáspio que proíbam todas as formas de atividade econômica ou industrial.
A agência de pesca disse que o número total de focas do Cáspio é de 270 mil a 300 mil, enquanto o Centro de Proteção Ambiental do Cáspio estima o número em 70 mil.
Simon Goodman, ecologista da Universidade de Leeds (Reino Unido) e membro da IUCN, disse que "as principais ameaças às focas decorrem das atividades humanas, incluindo taxas muito altas de mortalidade em equipamentos de pesca para a caça furtiva de esturjão e degradação do habitat decorrente do desenvolvimento costeiro. Além disso, há uma preocupação sobre as reduções no gelo marinho de inverno devido ao aquecimento", afirmou.