Mistério dos campos magnéticos solares pode ter sido resolvido
Campos magnéticos solares surgem mais perto da superfície do que se pensava, no topo da zona de convecção
De acordo com um novo estudo publicado na Nature, os campos magnéticos do Sol, responsáveis pelas erupções solares e ejeções de massa coronal (CMEs), estariam próximos da superfície solar, e não em camadas profundas da estrela, como se pensava até então.
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Usando um supercomputador da NASA e técnicas de heliosismologia, os pesquisadores descobriram que o campo magnético do Sol é gerado cerca de 64.000 quilômetros abaixo de sua superfície.
Essa parece uma enorme profundidade — caberiam mais de 5 planetas do tamanho da Terra enfileirados — mas, em proporções solares, representa apenas 10% do plasma solar mais externo.
Cientistas sabem há algum tempo que os fenômenos relacionados ao clima espacial (ventos e tempestades solares, por exemplo) são provocados por campos magnéticos do Sol. Mas ainda há algum debate sobre como esses campos são formados.
Modelos atualmente mais aceitos sugerem que o magnetismo solar é formado pelo movimento do plasma nas áreas inferiores da zona de convecção. Contudo, a nova pesquisa revela que a origem dos campos magnéticos pode estar em camadas muito menos profundas.
Para esses resultados, a equipe observou em suas simulações a estabilidade do plasma na superfície do Sol, para ver se mudanças nessa região seriam suficientes para produzirem os campos magnéticos. Eles notaram que as perturbações que ocorrem ali são o suficiente para evoluir nas estruturas magnéticas complexas encontradas em nossa estrela.
A equipe também fez simulações de nossa estrela para ver como seria se a fonte dos campos magnéticos estivesse em regiões mais profundas. O resultado foi uma concentração de manchas solares nos pólos norte e sul do Sol, o que não corresponde com a realidade — as manchas observadas nos telescópios aparecem perto do equador.
Keaton Burns, membro da equipe e cientista pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, disse que "este resultado pode ser controverso". No entanto, se a descoberta estiver correta, o estudo será crucial para novos modelos de previsão de erupções solares e tempestades geomagnéticas.
Fonte: Nature, EurekAlert
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