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Molnupiravir pode estar associado ao surgimento de novas variantes da covid-19

Novo estudo ainda não revisado por pares aponta que o molnupiravir pode gerar novas variantes do SARS-CoV-2, mas cientistas apontam que isso não é preocupante

7 fev 2023 - 21h13
(atualizado em 8/2/2023 às 10h34)
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Um novo estudo aponta que o medicamento molnupiravir, primeiro aprovado oficialmente para o tratamento de covid-19, pode ser responsável pelo surgimento de novas variantes do vírus causador da doença. Ainda em versão preprint, ou seja, ainda não revisado por pares, o artigo veio de cientistas da Imperial College London e do Francis Crick Institute e está cercado por algumas controvérsias.

Produzido pela MSD, o fármaco induz mutações no genoma viral do SARS-CoV-2 para matá-lo ao prejudicar sua multiplicação e efetividade. Os pesquisadores, então, analisaram 13 milhões de sequenciamentos genéticos do patógeno disponíveis no banco de dados GISAID, buscando mutações causadas pelo remédio. A teoria é de que, ao invés de levar o vírus a ter o RNA genômico mutado aleatoriamente, aconteceriam substituições específicas de ácidos nucleicos, potencialmente perigosas.

Foto: Twenty20photos/Envato Elements / Canaltech

Achados e controvérsias

Tais substituições começaram a surgir após o uso generalizado do antiviral, notadas em número 100 vezes maior em países com amplo uso do molnupiravir, como Reino Unido, Austrália e Estados Unidos. O temor dos cientistas é que, ainda viáveis, esses vírus mutados pudessem sobreviver ao tratamento e competir com as variantes já presentes no mundo.

Outros pesquisadores apontam, no entanto, que as mutações geradas pelo medicamento não significam uma transmissibilidade ou severidade maior da infecção pelo coronavírus. Elas apenas significam que o patógeno está se adaptando, como qualquer outro microorganismo faz em seu ambiente e sob condições parecidas.

A MSD enviou uma nota a jornais como O Globo afirmando que os autores do estudo chegam a assumir que as mutações foram associadas ao tratamento com o fármaco sem evidências de que as sequências do vírus houvessem sido isoladas dos pacientes tratados, portanto confiando que as associações feitas entre as origens da mutação e a época da coleta, quando o molnupiravir foi usado, tivessem uma correlação.

O medicamento está disponível em dezenas de países, incluindo o Brasil. Aqui, ele foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para adultos com mais de 18 anos sem a necessidade de aparelhos para respirar nem risco aumentado de progressão da doença, em ocorrências mais graves. Trabalhos sobre o antiviral oral já apontaram tanto riscos quanto benefícios pelo seu uso, inclusive que pode estar causando novas variantes em pacientes imunocomprometidos. Quanto ao vacinados, o remédio teria efeitos limitados.

Fonte: Science, NatureO Globo, medRXiv

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