Morcegos inspiram pesquisadores na criação de drone com ecolocalização; entenda
Pesquisadores instalaram uma campainha e quatro microfones em um pequeno drone e testaram o modelo de ecolocalização
Um novo drone é capaz de voar guiando a si mesmo e mapeando ambientes por ecolocalização, uma habilidade que, a princípio, era dos morcegos. Para conseguir fazer isso, o robô utiliza apenas uma configuração de campainha e microfone.
Os drones precisam saber onde estão e se existem obstáculos em seu caminho para que a locomoção seja feita, o que pode acontecer com ajuda de sensores GPS, câmeras ou dispositivos que usam ondas de rádio ou lasers. No entanto, esses aparelhos são muito pesados para os robôs, que são pequenos, e podem falhar no escuro ou quando há muita fumaça.
Tentando resolver essa questão, um equipe de pesquisa da Universidade de Toronto, no Canadá, liderada pele cientista Frederike Dümbgen, desenvolveu um sistema que mapeia as paredes de uma sala em uma precisão de até dois centímetros, utilizando para isso apenas um microfone e um alto-falante simples — mais ou menos como os morcegos fazem, mas com ajuda da tecnologia.
A ideia foi testada porque atualmente, vários robôs já possuem microfones. Quando falamos de máquinas que interagem com humanos, normalmente os dispositivos são acoplados para ouvir comandos por voz.
O novo sistema de ecolocalização para drones funciona assim: o alto-falante emite sons contendo uma faixa de frequências, que saltam das paredes e são gravadas pelo microfone quando estão retornando. Dessa forma, um algoritmo fica responsável por calcular como a onda sonora se comportou e reconstruir as superfícies daquele local.
Os pesquisadores do grupo de Dümbgen instalaram uma campainha e quatro microfones em um pequeno drone [que já possuía um microfone e um alto-falante] e observaram o que acontecia. O robô tinha rodas e era do tamanho de uma bola de tênis.
O resultado do experimento mostrou que o drone foi capaz de mapear paredes com uma precisão de dois centímetros a meio metro de distância, mas ela aumentava para oito centímetros quando o drone estava voando.
Mesmo sendo números menos precisos que os de sistemas a laser e câmera, a equipe de pesquisa acredita que essa podem ser uma alternativa útil para ambientes difíceis de mapear, ajudando em questões como saneamento e até segurança.