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Mourão diz que exclusão da Huawei do 5G pode custar caro

Governo estuda alternativas para evitar a participação da empresa chinesa no fornecimento de equipamentos para a tecnologia

7 dez 2020 - 13h54
(atualizado às 13h54)
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O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu nesta segunda-feira, 7, que a Huawei e outras empresas chinesas possam participar do fornecimento de equipamentos para tecnologia 5G no Brasil, desde que possam garantir respeito à privacidade dos dados, e lembrou que a eventual exclusão pode custar muito caro ao país.

Logo da Huawei em prédio da empresa na Inglaterra
14/07/2020
REUTERS/Matthew Childs
Logo da Huawei em prédio da empresa na Inglaterra 14/07/2020 REUTERS/Matthew Childs
Foto: Reuters

"Hoje, 40% da infraestrutura que temos em 3G e 4G é da Huawei. Se, por um acaso, dissessem que a Huawei não pode fornecer equipamento, vai custar muito mais caro, porque vai ter que desmantelar tudo que tem aqui, porque ela não fala com os equipamentos das outras. E quem é que vai pagar esta conta? Somos nós, consumidores", afirmou o vice-presidente durante um evento na Associação Comercial de São Paulo.

De acordo com empresas de telecomunicações, os percentuais apontados pelo vice-presidente são ainda menores do que os efetivamente usados em equipamentos da Huawei em 3G e 4G. Das sete operadoras que atuam no país, seis delas têm mais de 50% de equipamentos da Huawei, sendo que as duas maiores --Telefônica e Claro-- usam, respectivamente, 65% e 55%.

No entanto, contrário à posição das empresas, o governo federal, sob determinação do presidente Jair Bolsonaro, ainda estuda alternativas para evitar a participação da empresa chinesa no fornecimento de equipamentos para a tecnologia 5G.

Incentivado pelo governo dos Estados Unidos, Bolsonaro questiona a confiabilidade dos equipamentos chineses e uma suposta rede de espionagem do país asiático através dos equipamentos de telecomunicações.

Mourão, no entanto, disse que começa a tomar forma dentro do governo a postura de permitir a participação desde que as empresas possam garantir a confiabilidade dos dados.

"Na minha visão, e eu vejo que esta visão começa a tomar forma dentro do governo, toda empresa que comprovar estar dentro do seguinte tripé: respeito à nossa soberania, respeito à privacidade dos dados transmitidos e economicidade, poderá ser contratada para infraestrutura", afirmou.

O governo prevê a publicação do edital para leilão das zonas de frequência 5G até fevereiro de 2021 e o leilão, até junho.

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