Mulher tem quatro pares de gêmeos em Cuiabá; qual é a explicação?
Foram quatro gestações gemelares, quando existe mais de um feto; os jovens têm de nove meses a 19 anos
Geisiane Kamila da Silva, 32, moradora da região metropolitana de Cuiabá, no Mato Grosso, fez o que muitos achavam ser impossível: engravidou de gêmeos não uma, nem duas, nem três: quatro vezes em menos de dez anos.
Atualmente, ela tem oito filhos. Dois deles são não gêmeos e os outros seis estão divididos em três pares. Ela perdeu os bebês da terceira gestação de gêmeos após um aborto espontâneo.
O que causa gêmeos?
Tudo indica que Geisiane tem uma tendência genética em sua família para ter gêmeos, segundo Leide de Almeida Praxedes, doutora em biologia genética e geneticista no Centro de Genoma Humana da USP.
"A propensão genética é o mais provável", diz.
Mas não é só isso que interfere na conta. Na hora de avaliar a propensão de uma pessoa ter uma gravidez gemelar, também pesam:
- Idade: a partir dos 30 anos, a propensão fica maior;
- Cor da pele: estudos apontam que caucasianos tem maior probabilidade de ter gêmeos;
- Tratamentos: a fertilização in vitro pode aumentar as chances.
A geneticista explica que tanto gêmeos idênticos — que surgem de um único óvulo fecundado que se divide — quanto os não idênticos — que se desenvolvem a partir de óvulos diferentes fecundados na mesma ocasião — passam a probabilidade a seus descendentes.
Isso, entretanto, é mais acentuado em gêmeos que não são idênticos. Normalmente, as mulheres liberam um óvulo para ser fecundado por ciclo. Mas, quando uma mulher tem uma tendência genética a liberar mais de um, o que pode causar gêmeos de óvulos diferentes, essa inclinação pode ser transmitida às suas descententes.
Como os homens já produzem milhões de espermatozoides regularmente em vez de um só, essa diferença não se aplica a eles.
"No caso dizigótico (gêmeos que não são idênticos), as filhas mulheres dessa moça vão ter uma chance maior. Os filhos homens, por sua vez, podem passar essa mesma pré-disposição genética às filhas mulheres deles", aponta.
Atualmente, a divisão na casa de Geisiane é assim:
- João Gabriel, de 13 anos;
- Brayan e Pyetro (1° par de gêmeos), de nove anos;
- Thales e Thawane (2° par de gêmeos), de sete anos;
- Agatha, de três anos;
- Chloe e Khyara (4° par de gêmeos), de nove meses.
“A minha primeira gravidez de gêmeos foi um choque pra mim, pois eu não esperava e quando descobri fiquei com muito medo, porque o pai deles e eu só namorávamos. Foi difícil porque eles nasceram e foram para a UTI “, disse a mãe ao portal local Primeira Página.
A mãe de oito é casada com o pai das crianças mais novas e, para cuidar de todas, conta com a ajuda de familiares.