Mulheres sofrerão mais impacto da inteligência artificial no trabalho
Segundo estudo da McKinsey & Co., trabalhos em que hoje existem muitas mulheres, como atendimento ao cliente, serão os mais afetados
A rápida expansão da inteligência artificial (IA) está reformulando o mercado de trabalho para o bem e para o mal, trazendo incertezas e as primeiras demissões. Segundo um estudo recente da McKinsey & Co., esse novo cenário parece estar desafiando mais o gênero feminino do que o masculino.
A pesquisa mostra que as mulheres têm 1,5 vezes mais chances de precisarem mudar de emprego devido ao impacto da IA até 2030.
Em uma análise mais profunda, as mulheres são bastante representadas em setores de empregos de baixa remuneração, particularmente vulneráveis à revolução da IA.
Com os avanços de tecnologias como o ChatGPT, o Google's Bard AI e o DALL-E, a previsão é que o setor de auxiliar de escritório sofra uma redução de até 3,7 milhões de vagas nos próximos sete anos. A área de atendimento ao cliente, outra muito afetada pela IA, pode ter 2 milhões de empregos a menos em 2030.
Todo mundo precisa se adaptar?
Não são apenas os empregos de baixa renda que estão sob ameaça de mudanças. Profissões melhor remuneradas também começam a sentir o impacto da IA.
Advogados, por exemplo, estão entre os profissionais que podem ser mais afetados pela IA generativa. Essas novas tecnologias podem percorrer volumes massivos de legislação, libertando os advogados para se concentrarem no desenvolvimento de novos argumentos legais.
Os engenheiros civis também vão precisar se adaptar. A IA tem a capacidade de otimizar e acelerar processos de design, levando em conta todos os cálculos de construção para menos erros e retrabalhos. Isso indica que, independentemente do nível de habilidade ou do status da profissão, quase ninguém está imune ao avanço desse recurso.
Nada se perde, tudo se transforma
Apesar das previsões de perda de emprego, o estudo também projeta novas oportunidades de trabalho. A pesquisa da McKinsey prevê um aumento potencial de 3,8 milhões em empregos bem remunerados, além da transição de 3,5 milhões de postos de trabalho para setores mais verdes até 2030.
Essas mudanças podem, de fato, representar um aumento na produtividade geral, à medida que os trabalhadores migram para setores em crescimento e ocupações mais bem remuneradas.
Por exemplo, a mudança para emissões líquidas zero já está deslocando o emprego dos setores de petróleo, gás e manufatura automotiva para áreas mais sustentáveis.
Ainda segundo o estudo, a produtividade nos Estados Unidos, que hoje é de 1%, pode saltar a 4% com a ajuda da IA.