“Não será perfeito”: Google quer aprender com erros ao abraçar IA
Presidente do Google Brasil disse ao Byte que empresa quer fazer lançamento "cauteloso" de ferramentas com inteligência artificial
Incorporando novas tecnologias a seus serviços aceleradamente, o Google espera se proteger de informações distorcidas produzidas por inteligência artificial (IA) por meio de um sistema de erros e aprendizados.
A big tech fez uma série de anúncios de novas ferramentas que usam IA durante o Google For Brasil 2023, evento realizado em São Paulo na terça-feira (27).
Na ocasião, o Byte perguntou ao presidente do Google Brasil, Fabio Coelho, se as chamadas “alucinações de IA” — fatos imprecisos ou falsos inventados por erros em sistemas de inteligência artificial — poderiam prejudicar a plataforma de alguma forma.
Ele afirmou que não espera que as atualizações sejam perfeitas em um primeiro momento, mas que a empresa está disposta a aprender com seus erros.
"Queremos fazer um lançamento cauteloso, embora entendamos que, mesmo com esse lançamento cauteloso, o processo envolve treinar o modelo", disse Coelho.
Para o executivo, o Google se beneficia por ter uma base de informações maior do que a média das empresas, com mais dados para alimentar os modelos, inclusive em tempo real. Ele também citou parcerias firmadas pela companhias para processos de classificação e remoção de conteúdos inadequados.
"Não será perfeito, mas será muito bom. Acredito que o Google, com seu conhecimento e experiência, tem condições de trazer soluções para o Brasil que são melhores do que as de qualquer outra empresa", concluiu.
Recentemente, o Google enfrentou mais de uma polêmica com informações distorcidas fornecidas pelo algoritmo de seu sistema de buscas. Em fevereiro, um erro mostrou a manchete "Rogério Marinho é eleito presidente do Senado" para diversos usuários sem que o político tivesse sido eleito à presidência da Casa.
No início de maio, o algoritmo do Google sugeriu “corrupção” em vez de “coroação” em uma busca sobre o presidente Lula (PT), enquanto indicava "coração" para a mesma pesquisa com Jair Bolsonaro (PL).
A gafe mais recente foi a indicação de que Lula, do Partido dos Trabalhadores, era presidente do Partido Novo.
Google abraça IA
No Google for Brasil 2023, a gigante da tecnologia esbanjou novidades envolvendo o uso de IA em seus serviços.
O Google Sala de Aula, plataforma educacional da big tech, contará com uma ferramenta para ajudar professores a automatizar processos avaliativos.
Os professores criam ou trazem uma pergunta, por exemplo, e a ferramenta, com ajuda da inteligência artificial, recomendará uma habilidade de aprendizagem que deve ser explorada. Com base nas habilidades selecionadas, os alunos receberão dicas , caso não consigam avançar.
O Google lançou no mesmo evento uma atualização do Sistema de Alerta de Previsão de Inundações, que usa IA e dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) para emitir alertas em tempo real e previsão de enchentes na Busca e no Google Maps.
Além da localização da zona de perigo, as pessoas são direcionadas a uma série de conteúdos, incluindo links, telefones e orientações de emergência.
Também foi apresentado o recurso Visualização Imersiva, sistema que usa dados em tempo real e inteligência artificial para criar visitas virtuais a pontos turísticos do Brasil.