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Apple aposta em novos mercados para ampliar apelo do iPhone

10 set 2013 - 21h16
(atualizado em 11/9/2013 às 10h02)
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A Apple apresentou nesta terça-feira os seus dois novos modelos de telefone celular: o carro-chefe iPhone 5S e uma versão mais barata, o iPhone 5C, em um evento na Califórnia, nos Estados Unidos.

A principal novidade do 5S é um sensor de impressão digital incorporado ao principal botão do aparelho para identificar o usuário. Já o 5C possui uma estrutura de plástico disponível em cinco cores diferentes.

Os lançamentos marcam uma mudança de estratégia da Apple, que nunca antes havia lançado dois tipos diferentes de celular ao mesmo tempo.

Apesar de todos os superlativos usados para promover as possibilidades de seus novos aparelhos, o evento da Apple nesta terça-feira foi mais voltado para novos mercados do que para novas tecnologias.

É verdade que o iPhone 5S traz uma grande inovação: o sensor de digitais, um dispositivo de segurança que pode ajudar os usuários na hora de fazer transações bancárias ou compras online.

Além disso, o 5S terá um processador A7, mais rápido e que pode monitorar o movimento continuamente, aprimorando o uso de aplicativos ligados à atividade física.

Essa novidade pode transformá-lo no smartphone mais rápido disponível no mercado - pelo menos por alguns meses.

No entanto, no que diz respeito à aparência, não se nota grandes diferenças em relação ao modelo anterior - a não ser que se compre o modelo dourado.

Versão mais barata

A Apple também vem se esforçando para para melhorar a capacidade da câmera em relação aos celulares de gerações anteriores. Mas sua maior e mais arriscada jogada é o lançamento de uma versão mais barata, mais plastificada e colorida, o iPhone 5C.

A empresa tem sido tão bem sucedida em 'polir' a marca iPhone - mantendo suas margens de lucro altíssimas - que ele pode ser qualificado como o produto mais rentável da história.

O 5C com 16GB de armazenamento e atrelado a uma operadora de telefonia celular custará nos Estados Unidos US$ 100 (cerca de R$ 230) e o modelo de 32GB, US$ 200 (R$ 460). Já a versão desbloqueada sairá por US$ 550 e US$ 650, respectivamente.

Se o tipo de pessoa que sempre troca seu iPhone pelo modelo mais recente optar pela versão mais barata, isso irá corroer os lucros da Apple.

Mas Tim Cook e seus colegas apostam que o produto vai, na realidade, aumentar o apelo do celular.

Segundo os relatórios financeiros mais recentes da empresa, a linha de celulares iPhone rendeu US$ 18,2 bilhões (R$ 41,7 bilhões) em vendas entre abril e junho. Essa cifra, que não inclui downloads da App Store, representa um pouco mais de 50% do lucro da receita no período.

No entanto, enquanto o número de iPhones vendidos foi 20% maior do que nos anos anteriores, a empresa vem perdendo participação no mercado.

Os iPhones representaram 13% do total de carregamentos globais de smartphones no segundo quadrimestre, de acordo com o órgão de pesquisa International Data Corporation (IDC) - sendo que no ano anterior, esse valor era de 17%.

Já a participação dos telefones com sistema operacional Android cresceu de 69% para 79%.

Desempenho na China

A preocupação dos investidores tem recaído especialmente sobre a China.

No começo de 2013, Cook previu que o o país se tranformaria, eventualmente, no maior mercado da Apple.

Mas os últimos resultados da empresa mostraram que as vendas na China e em Taiwan caíram 14% entre abril e junho, em relação ao ano anterior. Já nos EUA, houve um crescimento de 12% no mesmo período.

Os novos iPhones começam a ser vendidos nos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, China, Canadá e outros países em 20 de setembro. Isso marca a primeira vez que a China é incluída nessa lista inicial. No Brasil, ainda não há previsão de lançamento.

Consumidores chineses parecem admirar o iPhone, mas eles compram telefones com Android em grandes quantidades. Agora a Apple espera conseguir retomar uma fatia do mercado de celulares.

Mas a empresa ainda não fez nada que surpreenda e empolgue nem os investidores, nem os consumidores mundo afora.

Sob o comando de Tim Cook, a Apple ainda precisa de um fator surpresa para tomar um novo impulso.

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