Fusão de AT&T e T-Mobile é mau sinal para reforma de espectro
A oferta de US$ 39 bilhões de dólares da AT&T pela T-Mobile, da Deutsche Telekom, levantou dúvidas sobre a capacidade do governo americano de definir políticas com rapidez para atender a crescente demanda de serviços de internet sem fio.
Companhias que oferecem esse tipo de serviço pressionam o governo há tempos para receber ajuda contra uma possível "crise de falta de espectros", já que mais clientes aderem aos serviços móveis, como os do iPhone, da Apple para navegar na internet.
A AT&T - segunda maior operadora dos Estados Unidos, constantemente criticada por interrupção de telefonemas e baixas velocidades de conexão¿ não espera que medidas do governo para liberar espectros a ajudem a atender à demanda crescente por vídeos e dados. Mas a fusão pode atrasar a aprovação da legislação necessária para liberar espectros em leilões entre operadoras, e pode ser uma dor de cabeça na agenda da Federal Communications Commission (FCC).
"Do jeito que as coisas acontecem no Congresso, existe competição para tratar de questões que tomam tempo e recursos dos formuladores de políticas públicas", afirmou Jefrey Silva, analista da Medley Global Advisors. Os maiores formuladores de políticas já demonstraram interesse em investigar a transação.
Se aceita, a proposta de fusão aumentaria o espectro da AT&T em quase 20%, de 0,86 para 1,02 megahertz para cada milhão de assinantes. O presidente-executivo da unidade de Internet sem fio da empresa, Ralph de la Vega, afirmou em entrevistas para a televisão nesta semana que a AT&T enfrenta escassez de espectro em curto prazo.
Uma falta de espectro representa redes congestionadas, mais interrupções de ligações e menores velocidades de conexão para assinantes. A fusão "aumentaria a capacidade mais rápido que qualquer outra alternativa" e "oferece uma solução rápida" para a "iminente escassez de espectro", afirmou a companhia em documento.
