Inventor do telefone celular quer aparelhos mais simples
O inventor do telefone celular, Martin Cooper, declarou nesta quarta-feira que os aparelhos atuais estão muito complicados, com uma série de aplicativos e recursos como câmera e música, em relação ao primeiro deles, criado há mais de três décadas.
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"Quando se cria um aparelho universal que faz tudo para todos, não faz nada bem", disse Cooper, que trabalhou como pesquisador da Motorola, em uma conferência internacional sobre privacidade de dados em Madri. "Acredito que nosso futuro seja uma série de aparelhos especializados focados em uma coisa que melhore nossas vidas", explicou Cooper, hoje com 80 anos de idade.
Para Cooper, que recebeu recentemente o Prêmio Príncipe de Astúrias de Pesquisa e Desenvolvimento, o mundo está à beira de uma revolução digital, mas para esta se concretizar, os custos dos serviços precisam ficar cem vezes mais baratos.
Cooper destacou que, atualmente, desde a hora em que acordam, as pessoas deixam "um rastro de bits", seja utilizando o telefone, o computador ou o cartão de crédito, motivo pelo qual existe uma enorme quantidade de bancos de dados que armazenam essas informações.
De acordo com o especialista, as pessoas não se importam com as informações que fornecem até que alguém rouba a identidade delas e a privacidade de seus dados pessoais.
Cooper era engenheiro chefe da Motorola quando desenvolveu o protótipo do telefone celular. Fez a primeira ligação com um aparelho sem fio em uma rua de Manhattan no dia 3 de abril de 1973.
Desde a primeira ligação por celular, a popularidade dos aparelhos só aumentou, e hoje mais de quatro bilhões de pessoas possuem pelo menos um, segundo Cooper, contra apenas 300 mil em 1984.
"O primeiro modelo de telefone celular pesava um quilo e só era possível falar por 20 minutos antes que a bateria acabasse", contou. "O que fizemos com este telefone foi criar uma revolução. Antes que o celular existisse, ligávamos para um lugar. Agora, ligamos para uma pessoa".