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Netflix encerra plano básico sem anúncios nos EUA; entenda

Gigante do streaming está 'expulsando' assinantes americanos que não atualizarem para outro tipo de plano

2 jul 2024 - 21h08
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A Netflix está encerrando o plano gratuito sem anúncios nos Estados Unidos, segundo notificações recebidas por usuários americanos. A informação foi confirmada pelo site de tecnologia The Verge nesta terça-feira, 2.

Atuais assinantes desse pacote nos EUA vão ter até o dia 13 de julho para mudar de opção ou perder totalmente acesso à Netflix. As opções restantes são o plano com anúncios (e resolução de 1080p), de US$ 6,99 ao mês; o plano padrão (com resolução de 1080 pixels e sem publicidade), de US$ 15,49 ao mês; e o plano premium (resolução de 4K), de US$ 22,99 mensais.

No Brasil, assinantes têm três planos à disposição: o padrão com anúncios (R$ 20,90/mês), padrão (R$ 44,90) e premium (R$ 59,90/mês). A diferença entre os planos está na qualidade da imagem e áudio, possibilidade de downloads e na quantidade de usuários por conta. Não há diferença no catálogo de filmes e séries de televisão exibidos.

A retirada do plano já havia sido antecipada pela Netflix em janeiro deste ano. Em relatório para investidores, após apresentação do balanço financeiro positivo da companhia, a gigante do streaming ressaltou que o plano básico com anúncios responde por cerca de 40% das assinaturas da empresa, motivo pelo qual decidiu começar a encerrar o plano básico sem publicidade na América do Norte.

A Netflix não oferece mais o plano básico sem anúncios no Brasil. Mas, ao contrário dos Estados Unidos, assinantes brasileiros ainda podem manter a assinatura mensal do modelo, que custa R$ 30,90 ao mês, com resolução de 720 pixels - a mais baixa entre os modelos oferecidos no País.

No mundo, a Netflix possui mais de 260 milhões de assinantes, dos quais 46 milhões estão na América Latina e México.

Foco no plano com anúncios

O foco na modalidade de plano com anúncios é uma novidade para a Netflix.

Tradicionalmente, a gigante do streaming sempre se gabou de não oferecer assinaturas com publicidade. Esse posicionamento era reforçado publicamente pelo fundador e antigo presidente executivo da empresa, Reed Hastings, hoje conselheiro na empresa.

O mantra da Netflix mudou em 2022, quando a companhia sofreu uma queda trimestral recorde no número de novos assinantes, de 1,2 milhão, totalizando ganho de 8 milhões de novos assinantes no ano, pior resultado desde 2011. Nesse período, o crescimento foi afetado sobretudo pelo cenário pós-pandemia, que tirou as pessoas de casa (onde o streaming era uma opção natural, na ausência de cinemas e outras opções de lazer); e pela alta global dos juros, forçando empresas de tecnologia deficitárias a se tornarem mais eficientes e lucrativas.

A Netflix realizou uma série de ajustes nos meses seguintes. Demitiu centenas de pessoas no mundo, criou a "taxa do ponto extra" (com acréscimo de R$ 12,90 por usuário que não mora no mesmo lar do titular da conta) e começou a focar em planos com anúncios, contrariando a política "sem publicidade" da gigante do streaming.

O movimento, que se provou acertado, inspirou as companhias rivais, e pressionadas da mesma maneira por uma busca por rentabilidade, a adotarem medidas semelhantes. Amazon, Warner, Disney são algumas das empresas que criaram soluções para seus serviços de streaming nos meses seguintes.

Netflix aposta em modelo de planos com anúncios para aumentar receita com publicidade e atrair mais usuários com assinaturas mais baixas
Netflix aposta em modelo de planos com anúncios para aumentar receita com publicidade e atrair mais usuários com assinaturas mais baixas
Foto: Divulgação/Netflix / Estadão
Estadão
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