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No Brasil, impressão 3D de órgão ainda é "ficção científica"

Do ponto de vista tecnológico, seria possível imprimir um órgão, mas falta conseguir conectar a tecnologia com a biologia

17 abr 2014 - 13h01
(atualizado às 13h15)
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Vídeo mostra detalhes do funcionamento da impressora 3D:

A impressão 3D de órgãos humanos é um futuro promissor para a medicina, mas um desafio complexo para os pesquisadores, segundo o coordenador da divisão 3D do Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, Jorge Silva.

Em palestra durante o evento “Inside 3D Printing”, que acontece nesta quinta-feira em São Paulo, Silva reforçou que o futuro da impressão tridimensional será colocar estruturas em pessoas que possam substituir e se transformar em tecidos e órgãos. Ele cita como exemplo o caso da boate Kiss, em Santa Maria (RS), que pegou fogo no início de 2013. “Faltou pele para os sobreviventes, o Brasil teve que importar para que eles pudessem viver. O ideal seria ter uma fábrica de órgãos”.

O conceito de uma fábrica de órgãos pode se tornar real se houver avanços nas pesquisas de materiais capazes de substituir os tecidos humanos. Mas, de acordo com Silva, os desafios são enormes. “Pesquisadores afirmam que será possível imprimir um órgão funcional em 10, 15 anos, mas isso é ilusão. Somente para regulamentar isso vai levar muito tempo, porque eu posso colocar um coração em uma pessoa, e ela morrer no dia seguinte por algum problema. Qualquer previsão que eu falar vai estar errada”.

No Brasil, as pesquisas em bioimpressão de órgãos ainda são muito incipientes. Do ponto de vista tecnológico, seria possível imprimir um órgão, mas falta conseguir conectar a tecnologia com a biologia, segundo o coordenador.

Ele também destacou os avanços do CTI em impressão tridimensional na área médica no Brasil. A divisão 3D do instituto utiliza principalmente a criação de protótipos que podem ser testados em pacientes antes de uma cirurgia. Algumas das utilizações são próteses para reconstrução facial, cranioplastia em pacientes em idade de crescimento e próteses de mandíbula.

O CTI é um instituto do Ministério de Ciência e Tecnologia, localizado em Campinas (SP). De acordo com o coordenador, o centro trabalha com 120 hospitais públicos do País, e lida com 500 casos por ano que utilizam a impressão 3D, a maioria de lesões por acidentes, má formação e relacionados a tumores. Silva ainda afirma que o Ministério da Saúde, parceiro desse projeto piloto, tem interesse em colocar a tecnologia disponível em todos os hospitais públicos brasileiros.

Fonte: Terra
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