A impressão 3D de órgãos humanos é um futuro promissor para a medicina, mas um desafio complexo para os pesquisadores, segundo o coordenador da divisão 3D do Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, Jorge Silva.
Em palestra durante o evento “Inside 3D Printing”, que acontece nesta quinta-feira em São Paulo, Silva reforçou que o futuro da impressão tridimensional será colocar estruturas em pessoas que possam substituir e se transformar em tecidos e órgãos. Ele cita como exemplo o caso da boate Kiss, em Santa Maria (RS), que pegou fogo no início de 2013. “Faltou pele para os sobreviventes, o Brasil teve que importar para que eles pudessem viver. O ideal seria ter uma fábrica de órgãos”.
O conceito de uma fábrica de órgãos pode se tornar real se houver avanços nas pesquisas de materiais capazes de substituir os tecidos humanos. Mas, de acordo com Silva, os desafios são enormes. “Pesquisadores afirmam que será possível imprimir um órgão funcional em 10, 15 anos, mas isso é ilusão. Somente para regulamentar isso vai levar muito tempo, porque eu posso colocar um coração em uma pessoa, e ela morrer no dia seguinte por algum problema. Qualquer previsão que eu falar vai estar errada”.
No Brasil, as pesquisas em bioimpressão de órgãos ainda são muito incipientes. Do ponto de vista tecnológico, seria possível imprimir um órgão, mas falta conseguir conectar a tecnologia com a biologia, segundo o coordenador.
Ele também destacou os avanços do CTI em impressão tridimensional na área médica no Brasil. A divisão 3D do instituto utiliza principalmente a criação de protótipos que podem ser testados em pacientes antes de uma cirurgia. Algumas das utilizações são próteses para reconstrução facial, cranioplastia em pacientes em idade de crescimento e próteses de mandíbula.
O CTI é um instituto do Ministério de Ciência e Tecnologia, localizado em Campinas (SP). De acordo com o coordenador, o centro trabalha com 120 hospitais públicos do País, e lida com 500 casos por ano que utilizam a impressão 3D, a maioria de lesões por acidentes, má formação e relacionados a tumores. Silva ainda afirma que o Ministério da Saúde, parceiro desse projeto piloto, tem interesse em colocar a tecnologia disponível em todos os hospitais públicos brasileiros.
Esqueleto da guitarra foi feito por impressão tridimensional. As partes metálicas e o braço dela foram adicionados posteriormente
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Algumas partes dessa peça de um carro, como as lanternas e a máscara do farol, também são resultados da impressão 3D
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Dispositivo ajuda a esculpir melhor objetos criados em um software 3D
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Scanner tem projeção de luz e câmeras para captar objetos. Após digitalizá-los, é possível moldá-los e corrigir imperfeições com um software 3D
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Impressora 3D consegue imprimir objetos coloridos de até 30 x 20 cm
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Modelo menor custa cerca de R$ 10 mil no Brasil, e imprime em duas cores diferentes
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Scanner menor, para uso pessoal, é novidade no Brasil e custa R$ 2 mil
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Impressora para uso pessoal custa R$ 6 mil e é vendida no site do Walmart
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Objeto criado com uma impressora 3D
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Objeto criado com uma impressora 3D
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Objetos criados com uma impressora 3D
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
A empresa Zanettini Arqueologia quer imprimir réplicas de objetos encontrados em sítios arqueológicos no Brasil para deixar em escolas
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Miniaturas de pessoas podem ser impressas com modelos pré-prontos, adicionando o rosto da pessoa por uma foto, ou o corpo todo quando a imagem é tridimensional
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Miniaturas de pessoas podem ser impressas com modelos pré-prontos, adicionando o rosto da pessoa por uma foto, ou o corpo todo quando a imagem é tridimensional
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
A arquitetura é uma das vertentes que utiliza a impressão 3D
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Modelo de coração, e outros órgãos, podem ser usados como base aos médicos antes de uma cirurgia complicada
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Impressão 3D em medicina facilita preparação dos médicos para cirurgias
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Tecnologia de algumas impressoras permite a criação de objetos coloridos
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Tecnologia de algumas impressoras permite a criação de objetos coloridos
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Tecnologia de algumas impressoras permite a criação de objetos coloridos
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Impressora 3D custa R$ 10 mil, e é um dos modelos de baixo custo no mercado
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Para uso pessoal, esta impressora é lançamento de uma empresa nacional e custa R$ 5.199
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Diversos objetos podem ser produzidos com impressoras 3D
Foto: Marina Tsutsumi / Terra
Diversos objetos podem ser produzidos com impressoras 3D