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Nova espécie de musgo que sobrevive à radiação pode viver em Marte

Pesquisadores chineses descobriram que espécie encontrada em desertos ao redor do mundo, pode sobreviver a condições extremas de Marte

1 jul 2024 - 12h18
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Syntrichia caninervis vista na Califórnia
Syntrichia caninervis vista na Califórnia
Foto: John Game/Flickr

Pesquisadores do Instituto de Ecologia e Geografia de Xinjiang em Urumqi, na China, descobriram que um musgo resistente pode ser a primeira espécie pioneira na colonização de Marte

Em um estudo publicado na revista The Innovation nesta segunda-feira (1º), os cientistas destacam que essa espécie é encontrada em desertos ao redor do mundo, capaz de sobreviver a condições ambientais letais para quase todas as outras formas de vida.

A Syntrichia caninervis marca presença em alguns dos lugares mais inóspitos da Terra, incluindo o Tibete e a Antártida. Xiaoshuang Li, autor principal do estudo, decidiu fazer uma série de testes para ver até que ponto a espécie consegur sobreviver.

Eles descobriram que o musgo consegue se regenerar após ser armazenado a -80°C por cinco anos ou em nitrogênio líquido a -196°C por um mês.

Além disso, depois de bombardear o musgo com doses de radiação gama, descobriram que até 500 unidades Gray (Gy) na verdade ajudavam o musgo a regenerar, enquanto apenas doses acima de 8.000 Gy causavam danos severos.

Para fins de comparação, a maior parte das plantas não consegue suportar radiação acima de 500 Gy. Apenas 50 Gy são suficientes para causar convulsões e morte em humanos.

Na mesma análise, o grupo de estudos colocou o musgo em condições simuladas de Marte, incluindo uma atmosfera composta por 95% de dióxido de carbono, temperaturas que variavam de -60°C a 20°C, altos níveis de radiação UV e baixa pressão atmosférica.

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Depois de uma semana nessa simulação, o musgo conseguiu se regenerar completamente após 30 dias.

Entretanto, a equipe não levou em consideração o possível impacto dos percloratos, um químico tóxico e corrosivo que é encontrado nos solos marcianos.

Ao NewScientist, David Eldridge, da Universidade de Nova Gales do Sul em Sydney, Austrália, que não teve nenhum envolvimento com a publicação, afirma que o musgo precisaria de algum alívio do frio extremo e da dessecação vista em Marte, para prosperar. 

Ele acredita que a espécie poderia, sim, sobreviver na superfície de Marte, mas viveria mal. “Pode sobreviver, mas duvido que prospere”, ele disse, ao jornal.

Fonte: Redação Byte
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