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Nova tecnologia elimina produtos permanentes da água que causam câncer

Os compostos podem ser eliminados através de uma poderosa mistura de hidrogênio e raios ultravioleta

14 dez 2022 - 17h07
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Água potável pode conter uma série de substâncias nocivas à saúde
Água potável pode conter uma série de substâncias nocivas à saúde
Foto: RephiLe water / Unsplash

Um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) descobriu uma nova maneira de eliminar produtos químicos, considerados permanentes e potencialmente cancerígenos, frequentemente encontrados na água potável.

Chamados de "PFAS" ou "substâncias poli e per-fluoroalquil", estes poluentes são uma famiília de milhares de compostos químicos com ligações moleculares de carbono e flúor extremamente fortes, que os fazem durar por tempo quase indeterminado no ambiente. Daí o apelido de "permanentes" ou "eternos".

No novo método de limpeza desenvolvido pelos cientistas, a água contaminada com os PFAS é misturada com hidrogênio e, em seguida, essa mistura é bombardeada com raios ultravioleta de alta intensidade. 

O hidrogênio polariza as moléculas de água, tornando-as mais reativas, enquanto a luz acelera as reações químicas que destroem os poluentes. Com este golpe duplo, a destruição molecular das substâncias aumenta de 10% para quase 100%, quando comparada a outros métodos de tratamento de água com raios ultravioleta. Além disso, nenhum subproduto indesejado ou impureza é gerado na reação.

"Após a interação, o hidrogênio se torna água. A vantagem dessa tecnologia é que ela é muito sustentável", disse Haizhou Liu, um dos autores do artigo. 

PFAS podem ser nocivos à saúde

Os PFAS passaram a ser usados em milhares de produtos a partir da década de 40 devido à sua capacidade de resistir ao calor, à água e aos lipídios. Alguns exemplos são embalagens de papel resistentes a gordura, como sacos de pipoca de microondas, caixas de pizza e embalagens de doces.

Os compostos também são encontrados em produtos de limpeza, panelas antiaderentes, tintas, vernizes e selantes, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA).

Alguns estudos recentes associaram a exposição a certos níveis de PFAS ao aumento do risco de câncer de próstata, rim e testículo, diminuição da fertilidade, aumento da pressão alta em mulheres grávidas, atrasos no desenvolvimento de crianças e puberdade acelerada.

Agora, os cientistas da Universidade da Califórnia querem tornar o novo método de limpeza disponível para uma ampla gama de fontes de água contaminada com as substâncias nocivas. 

"A tecnologia mostrou resultados muito promissores na destruição de PFAS tanto na água potável quanto em diferentes tipos de águas residuais industriais", disse Liu.

Fonte: Redação Byte
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