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Novo estudo sobre o uso de cannabis mexeu com a galera no Twitter

A pesquisa investigou se há relação entre uso de maconha na adolescência e psicose na vida adulta

27 set 2022 - 09h55
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Novo estudo sobre o uso de cannabis mexeu com a galera no Twitter
Novo estudo sobre o uso de cannabis mexeu com a galera no Twitter
Foto: Núcleo Jornalismo

Vira e mexe o uso de cannabis (popularmente conhecido como maconha) causa rebuliço nas redes, e agora o tema está de novo na boca de twitteiros.  

O motivo foi a publicação de um estudo observacional que buscou entender se o uso recreativo da planta durante a adolescência estaria ligado a um aumento de risco de sintomas de psicose na vida adulta, e se a cannabis teria uma relação de causa com isso.

Esse, porém, não é o primeiro. Outras pesquisas na literatura já sugeriram essa possível associação entre o uso e o risco para comportamentos de psicose, trazendo preocupações por parte de alguns especialistas.

O estudo em questão mostra que, apesar de o uso repetido de cannabis na adolescência ter sido associado a pontuações mais altas para o risco de comportamentos psicóticos na idade adulta, não foi encontrado uma relação de causa com a exposição à cannabis, nesse trabalho.

Ainda é uma questão que precisa ser mais estudada, além disso os riscos do uso na adolescência mostrado por outros trabalhos também precisam ser considerados.

Porém, é importante diferenciar o uso de cannabis e o uso de componentes específicos presentes na planta.

Nesse fio, por exemplo, o grupo de pesquisa de neuroproteômica comenta da possibilidade, ainda necessitando de maior investigação, de que alguns componentes da maconha poderiam nos ajudar a achar novos alvos para o tratamento da esquizofrenia, com a importante ressalva abaixo:

Existem estudos demonstrando um possível efeito positivo de alguns componentes encontrados na maconha para algumas condições.

Recentemente, uma dessas possibilidades foi noticiada no jornal O Globo:

O estudo é brasileiro e pioneiro sobre o uso de óleo de cannabis em pessoas com Alzheimer, segundo a reportagem.

O extrato tem como componentes o THC (Tetrahidrocanabinol) e CBD (Canabidiol), ambos encontrados na maconha. Componentes específicos da planta já são usados para tratamento de alguns casos de epilepsia, autismo, Alzheimer e dores crônicas, por exemplo.

Em agosto de 2020, uma pesquisa brasileira conduzida na UFMG trouxe mais evidências desse benefício para alguns casos de epilepsia.

Porém, ainda precisamos de mais estudos para concluir se um efeito benéfico de fato é observado em outros contextos, como depressão, por exemplo.

Nas redes, existe muita politização no debate do uso de componentes da maconha de forma terapêutica e da legalização do uso, o que muitas vezes torna difícil uma argumentação somente pautada nos dados.

Quando se trata de maconha, muitas discussões vêm com o debate de seu uso, seja para fins recreativos, seja para fins medicinais.

É importante que sempre estejamos pautados em boas evidências de estudos robustos para pensar em uma possível terapia para alguma doença ou transtorno. E há discussões político-sociais que devem ser consideradas quando falamos dessa planta e de sua descriminalização.

Em resumo? É polêmico, mas precisamos desse debate - com ciência.

Núcleo Jornalismo
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