Novo pterossauro com língua grande é descoberto na Austrália
A nova espécie tinha 4,2 metros de envergadura e poderia ter sido um grande predador da época
Uma nova espécie de pterossauro, o Haliskia peterseni, foi descoberta na Austrália. Estudo e análise dos ossos mostram que ele possuía uma língua muscular utilizada para capturar animais escorregadios.
Uma nova pesquisa feita pela Universidade de Curtin, na Austrália, encontrou ossos fossilizados de 100 milhões de anos. Eles pertencentes a uma nova espécie de pterossauro, um réptil voador que viveu entre os dinossauros.
O estudo foi publicado na revista Scientific Reports nesta quarta-feira (12).
Os ossos foram descobertos em 2021, em Queensland, na Austrália, pelo curador do museu Kronosaurus Korner, Kevin Petersen.
Os fósseis pertenceram ao Haliskia peterseni, nova espécie anhangueriana, um gênero de pterossauros.
Os pterossauros foram um grupo de répteis voadores que viveram durante o período final do Triássico até o fim do período Cretáceo.
A espécie é reconhecida por suas diversas tamanhos e adaptações, variando desde pequenas criaturas, parecidas com pássaros, até predadores massivos com envergaduras que excediam cerca de 10 metros.
Uma característica que distingue o pterossauro de outros conhecidos são seus ossos da garganta, com um tamanho muito grande, indicando que ele possuía uma língua massiva e muscular, segundo a pesquisa.
Os resultados da análise dos ossos apontam que a língua era usada para capturar e segurar presas, provavelmente animais escorregadios como lulas e peixes.
Detalhes da espécie
A doutoranda Adele Pentland liderou a equipe que identificou o espécime como anhangueriano, baseado no formato do crânio, disposição dos dentes e forma do osso do ombro.
Esse grupo de pterossauros viveu em várias partes do mundo, incluindo o que hoje é o Brasil, Inglaterra, Marrocos, China, Espanha e Estados Unidos.
"Com uma envergadura de aproximadamente 4,6 metros, Haliskia teria sido um predador terrível há cerca de 100 milhões de anos", disse Adele, em nota à imprensa.
Segundo a cientista, o dinossauro viveu enquanto grande parte do oeste central de Queensland estava submerso, coberto por um mar interior e posicionado globalmente onde hoje está a costa sul de Victoria.
Ela destaca também que por meio do cuidado de Petersen, este foi o achado mais completo de um anhangueriano, e de qualquer pterossauro, descoberto na Austrália até hoje.
Haliskia peterseni está 22% completo, tornando-o mais de duas vezes mais completo do que o único outro esqueleto parcial de pterossauro achado no país até agora.
"O espécime inclui mandíbulas inferiores completas, a ponta da mandíbula superior, 43 dentes, vértebras, costelas, ossos de ambas as asas e parte de uma perna. Também estão presentes ossos da garganta muito finos e delicados, indicando uma língua muscular, que ajudava durante a alimentação de peixes e cefalópodes", ela destaca.
A nova espécie se juntou aos outros fósseis marinhos no museu Kronosaurus Korner, incluindo o Kronosaurus queenslandicus, o maior réptil marinho conhecido da Austrália até agora. Ele possui um crânio de pelo menos 2,4 m de comprimento e é o plesiossauro mais completo do país.
Além disso, a exibição também reúne os ossos do plesiossauro Eromangasaurus e do ictiossauro Platypterygius.
Em nota, Petersen disse que essa última descoberta foi um impulso emocionante para a ciência, educação e turismo regional. "Estou emocionado que minha descoberta seja uma nova espécie, pois minha paixão reside em ajudar a moldar nosso conhecimento moderno das espécies pré-históricas", disse.