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O que é malária e por que a vacina disponível é pouco útil no Brasil

No país, a doença é causada por um protozoário cujo imunizante disponível não confere proteção; entenda

23 jan 2023 - 12h17
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Yanomamis foram encontrados em situação de emergência
Yanomamis foram encontrados em situação de emergência
Foto: EPA / Ansa - Brasil

A comunidade de indígenas yanomamis está enfrentando uma catástrofe humanitária com casos de malária e mortes evitáveis de ao menos 570 crianças com menos de cinco anos. A situação fez com que o Ministério da Saúde decretasse estado de emergência no polo-base de Surucucu, em Roraima, e áreas da regiao, na última sexta-feira (20) — com envio de mais equipes médicas e alimentos.

Um levantamento feito pela pasta apontou três mortes de crianças indígenas nas comunidades Keta, Kuniama e Lajahu entre 24 e 27 de dezembro. E, em 2022, foram registrados 11.530 casos confirmados de malária no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami.

Além de desnutridos e com sinais de verminoses, os yanomamis também estão precisando de medicamentos para a doença infecciosa, transmitida por mosquitos fêmeas e causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium

A transmissão entre humanos ocorre de forma vertical (da mãe para o feto) ou por meio de transfusão de sangue e do uso incorreto e do compartilhamento de agulhas e instrumentos cortantes, segundo a Fiocruz.

Entendendo a malária

A malária é uma doença que pode ser contraída por qualquer pessoa e, apesar de poder gerar um estado de imunidade parcial, nunca chegou a gerar a chamada “imunidade esterilizante” — que confere total proteção clínica. Quando não tratada, a condição é capaz de causar infecção por meses ou até anos. 

Normalmente, a doença causa febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dores de cabeça, mas quando grave pode gerar alterações de consciência, convulsões, hipotensão arterial, hemorragias e outras consequências, até a morte.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2020 foram estimados 241 milhões de casos de malária em 85 países, um aumento se comparado a 2019, quando foram registrados 227 milhões de casos. Em 2020, a doença matou cerca de 627 mil pessoas, um aumento de 12% em relação ao ano de 2019.

Existe vacina para a doença?

A vacina para malária já existe, no entanto, ela não é efetiva no Brasil. O imunizante RTS,S/AS01, da marca Mosquirix, requer pelo menos três doses aos dois anos de idade e uma quarta dose estendendo a proteção por mais um ou dois anos. A proteção é parcial, com eficácia de 35% após quatro anos.

Vacina para a malária existe, mas não combate protozoário causador da condição no Brasil
Vacina para a malária existe, mas não combate protozoário causador da condição no Brasil
Foto: Unsplash

Apesar de ser uma esperança, no Brasil, ela não é útil, já que o agente causador da maior parte de casos da doença é o Plasmodium vivax, um protozoário que não é combatido pela vacina da Mosquirix. O imunizante age apenas contra os esporozoítos do Plasmodium falciparum, a primeira forma do parasita ao entrar em contato com o corpo humano. 

No entanto, há uma nova vacina sendo desenvolvida por pesquisadores de Oxford, a R21/Matrix-M, já testada em quatro países africanos. Dados divulgados em novembro de 2022, em Seattle, nos EUA, mostraram uma eficácia de mais de 70% do imunizane nessas regiões, o que pode mostrar um caminho mais promissor para o controle da patologia.

Dificuldades para criar vacinas contra a malária têm sua causa na complexidade dos protozoários envolvidos na doença, porque, a cada ciclo de vida, o Plasmodium ganha novas formas e pode ficar em estágio “dormente” por meses ou até anos. Normalmente, isso acontece no fígado humano, e nesse estágio, ainda é possível haver transmissão de mãe para filho.

Mutações também podem acontecer no sangue ou no organismo dos mosquitos que transmitem a doença, o que dificulta mais ainda a busca por tratamentos e vacinas.

Fonte: Redação Byte
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