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O que é o cinturão de radiação de Van Allen, destino de missão da SpaceX

Formação de partículas que fica ao redor da Terra pode ser prejudicial a tecnologias, mas astronautas não a sentirão, pois são tão dispersas que não podem ser vistas ou percebidas

10 set 2024 - 20h26
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Quatro astronautas embarcaram em uma missão da SpaceX nesta terça-feira (10), cujo destino é o cinturão de radiação Van Allen. Essas estruturas ao redor da Terra são conhecidas por seu alto nível de radiação, oferecendo diversos desafios e riscos para satélites, sensores e, agora, para os astronautas.

Ilustração mostra Terra envolvida por plasmasfera (em azul esverdeado), por sua vez envolvida pelos cinturões de radiação Van Allen
Ilustração mostra Terra envolvida por plasmasfera (em azul esverdeado), por sua vez envolvida pelos cinturões de radiação Van Allen
Foto: Van Allen NASA's Scientific Visualization Studio/Divulgação / Perfil Brasil

Os cinturões de radiação Van Allen se formam na magnetosfera da Terra, uma área que captura partículas de alta energia vindas do espaço. Essas partículas ficam presas em duas regiões em formato de donut e são essenciais para proteger o planeta de tempestades solares e ventos fortes que podem causar danos significativos à tecnologia e às pessoas.

Os astronautas da missão da SpaceX realizarão uma incursão nos cinturões de radiação de Van Allen, com o objetivo de alcançar 1.405 quilômetros de altitude, superando o recorde da missão Gemini 11, da Nasa, que em 1966 chegou a 1.373 km. A região interna dos cinturões de radiação se encontra entre 1.000 e 6.000 quilômetros de altitude.

Apesar do desafio, os astronautas não perceberão a presença direta das partículas do cinturão, pois elas são tão dispersas que não podem ser vistas ou sentidas, mesmo fora da nave, com os trajes espaciais.

O que são os cinturões de radiação Van Allen?

Os cinturões de radiação Van Allen foram descobertos em 1958 pelo astrofísico James Van Allen. Ele utilizou dados coletados pelo Explorer 1, a primeira nave espacial americana, que mediu a radiação com um contador Geiger. Essa descoberta revolucionou a física espacial e inaugurou uma nova era de tecnologia e comunicação.

Os cinturões se dividem em duas partes principais: uma interna e outra externa. A parte interna está localizada a cerca de 1.000 a 6.000 quilômetros de altitude, enquanto a externa pode estender-se até 60.000 quilômetros. As partículas de radiação variam em intensidade e energia, e podem causar danos sérios a equipamentos eletrônicos e aos próprios astronautas se não forem gerenciadas adequadamente.

Quais são os riscos para os astronautas?

Uma das maiores preocupações é a alta radiação presente nos cinturões de Van Allen. Esses níveis de radiação superam até mesmo os raios-X usados em exames médicos, o que exige equipamentos de proteção e tecnologia avançada para garantir a segurança dos astronautas. Enquanto estão na nave, os astronautas contarão com sistemas de medição de radiação como células solares, circuitos integrados e sensores para monitorar e mitigar os perigos.

Apesar dos riscos, a missão da SpaceX visa ultrapassar os 1.405 quilômetros de altitude, superando a marca histórica de 1.373 quilômetros atingida pela missão Gemini 11 da NASA em 1966. O marco simboliza um avanço significativo na exploração espacial e nos preparativos para futuras missões interplanetárias.

Perfil Brasil
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