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O que é o #marmitagate? Entenda a nova treta das redes sociais

Twitter se uniu para investigar se um projeto de distribuição de marmitas chamado Alimentando Necessidades realmente existe em Blumenau (SC)

28 set 2022 - 15h41
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Projeto social seria responsável por distribuir refeições para 26 moradores de rua de Blumenau (SC)
Projeto social seria responsável por distribuir refeições para 26 moradores de rua de Blumenau (SC)
Foto: Taynara Motta / Reprodução/Twitter

Um projeto social de distribuição de marmitas para pessoas em situação de rua viralizou no Twitter após suspeitas de que ele, na verdade, não existiria. O caso ganhou apelidos como “Marmitagate” e “Operação Lava Prato”, respectivamente em referências ao escândalo político americano conhecido como Watergate e, claro, à Operação Lava Jato.

Tudo começou em 12 de setembro, quando uma usuária do Twitter identificada como Taynara Motta compartilhou na rede um relato de estupro. No fim da thread contando o ocorrido, ela diz participar do projeto Alimentando Necessidades, que teria o objetivo de oferecer refeições a moradores de rua de Blumenau (SC).

Devido à repercussão da história de estupro, o projeto ganhou mais visibilidade e muitas pessoas começaram a contribuir fazendo transferências via Pix de valores a partir de R$ 8 (quanto custaria cada marmita). A comida seria preparada pelas próprias voluntárias, incluindo Duda Poleza, que se apresenta como fundadora da iniciativa.

Nos dias seguintes, Duda e Taynara passaram a compartilhar outras histórias revoltantes no Twitter, como de pessoas tentando doar carne podre, pedindo nudes em troca de doações ou pedindo o dinheiro de volta. Então, algumas pessoas começaram a ficar desconfiadas.

Seis dias depois do relato inicial de Taynara, um usuário anônimo publicou na plataforma GitHub uma série de indícios de que ela não existiria — nem o projeto. Ele buscou o nome de Taynara Motta na base de dados da Receita Federal e não encontrou nenhuma correspondência em Blumenau. Havia apenas uma Tainara Mota, que afirmou não participar da iniciativa social.

O anônimo também verificou que o perfil dela havia sido criado em outubro de 2021, apenas para divulgar o projeto, e a foto de perfil foi tirada de outra conta do Pinterest de uma pessoa chamada Larissa. Além disso, a única pessoa que aparecia nas fotos e vídeos do Alimentando Necessidades era Duda Poleza, que também é a proprietária da conta bancária que recebe as doações.

Depois disso, diversas outras pessoas passaram a apontar outras inconsistências no projeto. Encontraram, por exemplo, uma foto de uma suposta entrega de marmita que estaria acontecendo em frente ao restaurante do padrasto de Duda — e o estabelecimento vende marmitas. Também compartilharam o que seriam imagens editadas de marmitas.

Este usuário do Twitter fez um compilado das supostas evidências.

Após a repercussão, Duda decidiu se pronunciar. Ela gravou um vídeo se apresentando e, depois, a conta de Taynara também foi usada para postar um vídeo de apresentação, com filtros alterando a aparência e o som da voz. Ele foi apagado logo em seguida, mas muitos internautas o salvaram para apontar as semelhanças entre Duda e Taynara.

Já na segunda-feira (26), Duda fez uma live explicando que está brigada com Taynara, o que explicaria a ausência desta das redes sociais. Também disse que alguém estaria tentando acessar sua conta bancária e que encerraria o projeto, transferindo o dinheiro restante para alguma outra iniciativa social.

No momento, Duda deixou todas as suas redes sociais privadas. O twitter de Taynara está inativo desde a última sexta-feira (23) e o Alimentando Necessidades, desde segunda-feira (26), pouco antes da live.

O site local O Município Blumenau publicou na terça (27) uma nova informação: que a foto do perfil de Taynara Motta seria não de Larissa, mas de outra jovem chamada Camila, de 17 anos. Seu sobrenome não foi informado.

A reportagem diz que Camila trabalhou como influenciadora digital entre 2019 e 2020, por isso havia visto suas fotos em outros perfis. “Mas nada que me preocupasse, nada tão grave. Já vi fotos minhas em perfis do Pinterest, Facebook, Twitter… Eu mandava mensagem pedindo e excluíam. Mas dessa vez me vi no meio de algo que nem quero me envolver”, relatou ela.

Segundo reportagem do Estadão, a Polícia Civil de Santa Catarina informou que “está realizando a devida apuração a respeito e diligências para elucidar a situação estão sendo efetuadas”. Enquanto isso, algumas pessoas que se sentiram lesadas estão registrando boletins de ocorrência. 

Byte tentou falar com Duda Poleza e Taynara Motta pelo Twitter, mas não obteve retorno.

Fonte: Redação Byte
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