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O que é o Yolo, o polêmico aplicativo para Snapchat acusado de facilitar o bullying

Aplicativo permite que mensagens anônimas sejam enviadas a usuários das redes sociais

11 mai 2019 - 14h42
(atualizado às 15h28)
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O aplicativo Yolo, que permite que perguntas anônimas sejam feitas a usuários da rede social Snapchat, se tornou o aplicativo mais baixado em iPhones de países como EUA e Reino Unido, surpreendendo analistas de tecnologia (uma vez que ele foi lançado sem grandes campanhas de marketing) e despertando preocupações a respeito de abusos e bullying.

O Yolo, sigla de "You Only Live Once" (você só vive uma vez, em tradução livre), permite que usuários do Snapchat postem uma foto convidando terceiros - que podem ser amigos da sua rede de contatos ou pessoas em geral - a "mandar-me mensagens anônimas". Se o usuário decidir responder as mensagens que recebeu, a resposta se converte em um post de Snapchat.

Yolo permite que usuários de Snapchat permitam que mensagens anônimas sejam enviadas a eles
Yolo permite que usuários de Snapchat permitam que mensagens anônimas sejam enviadas a eles
Foto: Reprodução/Popshow / BBC News Brasil

O problema é que aplicativos anônimos prévios foram acusados de serem um terreno livre para mensagens abusivas, ofensivas e repletas de bullying, o que levou a críticas por parte da ONG britânica de defesa infantil Sociedade de Prevenção à Crueldade contra Crianças (NSPCC, na sigla em inglês).

"Aplicativos como o Yolo, por permitirem mensagens anônimas, podem ser facilmente usados de modo ruim, para o envio de mensagens incômodas", disse à BBC o porta-voz da organização, Andy Burrows. "O Snapchat deveria explicar como esse aplicativo se relaciona a seu dever de se preocupar com as crianças."

Nos EUA, outra ONG, chamada Protect Young Eyes (proteja os olhos infantis, em tradução livre), opinou que a idade mínima para uso do Yolo - 12 anos - é muito baixa.

"O anonimato (...) sempre criou terreno fértil para ódio e para decisões ruins por parte de adolescentes", agregou a ONG.

Consultada pelo Newsround, serviço de notícias juvenil da BBC, a Snap, empresa dona do Snapchat, afirmou que o Yolo não é ligado à companhia de nenhum modo. No entanto, o app foi criado por intermédio da Snap Kit, uma plataforma de criação lançada no ano passado pelo próprio Snapchat. Essa plataforma permite que desenvolvedores independentes integrem seus produtos à rede social.

A empresa que criou o Yolo é a start-up francesa Popshow Inc. Até a publicação desta reportagem, a BBC não havia conseguido contato com os criadores.

Sucesso inesperado

"Yolo não tem tolerância para conteúdo questionável ou usuários abusivos. Você será banido por qualquer uso inapropriado", diz alerta da empresa a usuários que baixam o app
"Yolo não tem tolerância para conteúdo questionável ou usuários abusivos. Você será banido por qualquer uso inapropriado", diz alerta da empresa a usuários que baixam o app
Foto: BBC News Brasil

Ao site Techcrunch, um dos fundadores da Popshow afirmou que não esperava que o Yolo entrasse na lista de app mais baixados.

"Não era para ter sido um sucesso, era só para aprendermos (a programar)", afirmou Gregoire Henrion ao site. "(A divulgação) foi 100% viral."

Na abertura do app, há o alerta de que "o Yolo não tem tolerância para conteúdo questionável ou usuários abusivos. Você será banido por qualquer uso inapropriado".

Embora o aplicativo tenha recebido críticas positivas na App Store, alguns usuários levantaram preocupações: um deles disse que o app vinha sendo usado para "desejar a morte das pessoas"; outro, que foi chamado de "esquisitão" por um anônimo. "As pessoas vão sofrer bullying com isso, não é uma boa ideia", escreveu um terceiro.

Apps anteriores que permitiam trocas de mensagens anônimas, como Ask.fm, Whisper, Yik Yak e Lipsi, também enfrentaram críticas semelhantes.

O criador do Polly, outro app feito pelo Snap Kit com funcionalidades anônimas - tuitou que sua equipe de desenvolvedores decidiu extinguir a possibilidade de usuários mandarem posts sem identificação, justamente porque era difícil gerenciar suas consequências.

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