O que é vacina bivalente contra Covid e como funciona?
Assim como a versão monovalente, a vacina bivalente utiliza a tecnologia de RNA mensageiro para estimular as defesas contra o coronavírus
O Brasil começou em fevereiro a aplicar a vacina bivalente da Pfizer, em uma nova etapa da campanha de vacinação contra a covid-19 no País.
Assim como a versão monovalente, a vacina bivalente utiliza a tecnologia de RNA mensageiro para estimular as defesas contra o coronavírus. Entretanto, a diferença entre os dois tipos é que o novo imunizante tem como alvo duas versões do vírus: a variante Ômicron e a cepa original da covid, em vez de uma só versão do patógeno — daí o nome bivalente.
"Essa é uma diferença importante das vacinas anteriormente conhecidas, que são monovalentes, ou seja, estimulam as defesas usando como alvo a cepa original de Wuhan, que circulou no início da pandemia", diz Mellanie Fontes-Dutra, biomédica e professora da escola de saúde da Unisinos.
A vacina bivalente estimula uma proteção mais direcionada contra a Ômicron, mas isso não significa que as imunizações já disponíveis no mercado não ofereçam nenhum efeito.
"As vacinas que já conheciamos também são capazes de manter uma boa proteção contra a doença", diz a especialista.
O objetivo do reforço com a bivalente é expandir a imunização contra a Ômicron e melhorar ainda mais a proteção da população como um todo.
Informações falsas já circulam atribuíndo a nova vacina bivalente a maiores chances de derrames e acidente vascular cerebral. Mas autoridades de saúde negam o risco.
"O que os dados indicam, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, é que não há risco aumentado de AVC isquêmico com a vacina atualizada. Os sistemas de notificação do governo dos EUA não encontraram aumento de notificação de tais eventos após essa vacinação e outros países não observaram risco aumentado de AVC isquêmico com as vacinas atualizadas", diz Dutra.