O que é VAR e o que ele terá de diferente nesta Copa
Tecnologia que será usada na Copa já foi utilizada em esportes como vôlei, futebol americano e tênis
A Copa do Mundo no Catar promete trazer muita novidade no quesito tecnologia, com drones, inteligência artificial, controle de temperatura avançado e até um estádio de futebol completamente desmontável. O árbitro assistente de vídeo, mais conhecido como VAR, não é necessariamente uma novidade desta edição, mas deve ser novamente uma das ferramentas protagonistas.
O VAR é um sistema de câmeras, monitoradas por árbitros assistentes e auxiliares, que permite ao juiz consultar imagens e vídeos de lances que ocorrem durante o jogo. Assim, o árbitro central pode embasar melhor as suas decisões de arbitragem.
Seu uso foi aprovado em 2018, em março, pela International Football Association Board (IFAB) e, desde então, a tecnologia vem sendo amplamente empregada. No Brasil, a tecnologia teve sua estreia em um jogo entre Santos e Cruzeiro, na Copa do Brasil.
O grupo responsável pelo monitoramento das imagens fica em uma cabine separada com várias telas. Normalmente, os ângulos captados pelas câmeras cobrem atrás de cada gol, lances com impedimento, uma visão ampla do campo e um zoom específico para lances que precisam de revisão.
Segundo o próprio IFAB, o VAR deve ser empregado em momentos específicos, como gols, pênaltis e algumas faltas. Veja a lista completa:
- Gol;
- Pênalti;
- Verificação de lance de expulsão direta com cartão vermelho;
- Identificação do jogador na hora de uma expulsão;
- Posição de impedimento;
- Falta ou infração na jogada originária do gol;
- Saída da bola em lance de gol;
- Pênalti marcado incorretamente ou não marcado;
- Falta ou impedimento antes da jogada de pênalti;
- Saída da bola no lance originário do pênalti.
VAR na Copa
Na Copa do Catar, a expectativa é a de que mais de 30 câmeras estarão à disposição do time de arbitragem. Além disso, uma novidade para a marcação de impedimentos chama atenção: por meio de sensores, um sistema com inteligência artificial poderá fornecer uma marcação semi-automática de jogadores impedidos, auxiliando o juiz da partida.
Um jogador é considerado impedido se estiver mais avançado no campo do que a bola e o penúltimo adversário no momento em que a bola é passada a ele por um companheiro de equipe. Na Copa do Mundo, um sensor instalado dentro da bola se alinhará com dados captados das câmeras que observam a movimentação dos jogadores, podendo indicar quando há impedimento.
Em caso afirmativo, um aviso chegará à cabine do VAR, cujos árbitros de vídeo irão transmitir a informação para o de campo. Com isso, espera-se que as decisões sobre impedimentos sejam feitas em velocidade recorde, de até 25 segundos.
A Fifa, órgão que organiza a competição, recomendou interferência mínima do VAR nas partidas, já que a tecnologia foi projetada para funcionar de forma auxiliar.
Assim como toda inovação, o VAR não é perfeito. O seu uso não previne todo o tipo de erro por parte do árbitro, portanto, ainda podem ocorrer más interpretações das imagens e decisões equivocadas sobre os lances.
De onde veio?
O futebol não é pioneiro no uso de imagens em vídeos para auxiliar a arbitragem de partidas. Alguns esportes, como o futebol americano, o vôlei, o tênis e até mesmo o atletismo já fazem isso há algum tempo. A partir desses exemplos a IFAB começou a pensar como uma tecnologia semelhante poderia ajudar o futebol.
O primeiro jogo com uma versão iniciante do VAR aconteceu em 2016 em uma partida entre os clubes Orlando City II e New York Red Bulls II. Na ocasião, as câmeras ajudaram o árbitro a voltar atrás na marcação de um pênalti.