O que os cientistas diriam se descobrirem vida extraterrestre?
Se os cientistas encontrarem vida fora da Terra, como iriam comunicar a descoberta? Pesquisadores se uniram em um evento da NASA para tentar descobrir
Por enquanto, não foram encontradas evidências de que há vida fora do nosso planeta. Mas se isso acontecer um dia, como os cientistas iriam comunicar a descoberta ao mundo? E mais: como vão ter certeza de que, de fato, encontraram extraterrestres? Para descobrir, astrobiólogos, comunicadores de ciência e outros especialistas se reuniram em um workshop do Programa de Astrobiologia da NASA.
- Vida extraterrestre: conheça iniciativas que buscam sinais de vida fora da Terra
- Esses são os lugares mais promissores onde pode haver vida no Sistema Solar
Durante o evento, os participantes discutiram como os pesquisadores poderiam encontrar evidências de vida alienígena, bem como a forma de falar publicamente sobre tais descobertas. "Este é um empreendimento multidisciplinar. Portanto, estamos isolados no conhecimento que temos e no que outras pessoas estão fazendo", disse o Jack Madden, astrobiólogo que se tornou artista.
Parte do objetivo do projeto era diminuir esta lacuna. Para isso, os participantes estiverem em quatro reuniões e discutiram as lições que a astrobiologia deixou, além daquelas que podem servir para o futuro. Aqui surge o primeiro problema: não podemos dizer ao certo se existe vida fora da Terra, e se sim, também não dá para prever se vai ser encontrada.
Os participantes buscaram as respostas para estas perguntas em eventos passados, como a descoberta do meteorito Allan Hills. A rocha espacial veio de Marte há mais de 16 milhões de anos e foi encontrada na Antártida, sendo alvo de várias análises. O meteorito pareceu ter estruturas parecidas com bactérias antigas, além de moléculas orgânicas.
Aquela poderia ser a primeira evidência de vida em outro mundo e rendeu todo tipo de especulação. No entanto, a confirmação de que realmente havia sinais de seres vivos ali nunca veio: várias décadas se passaram e até hoje os cientistas discutem os resultados. O consenso é que a composição química da rocha e as estruturas, antes consideradas sinais de antigos microrganismos, poderiam ser explicadas pela geologia e pela química, não pela biologia.
Vida extraterrestre
O debate inspirado pelo caso do meteorito representa uma parte importante do processo científico e da construção do conhecimento. "Acho que a descoberta da vida será um processo gradual", sugeriu Victoria Meadows, astrobióloga da Universidade de Washington. "A menos que algo passe pela câmera e dê tchauzinho para nós ou codifique o número pi e transmita isso em um sinal de rádio, não será definitivo. E vai haver muita discussão", observou.
Os participantes do evento também mostraram preocupação com a possibilidade de que o público não considere tal incerteza, ou que deixem de lado a ideia de que mais pesquisas seriam necessárias para confirmar a ocorrência de vida fora do nosso planeta. Por isso, se um dia a descoberta de vida fora do planeta acontecer, o processo vai ser gradual.
Uma das conclusões gerais do grupo foi que, se algum ser vivo for encontrado fora da Terra, é importante discutirem os processos de confirmação da descoberta, considerando também as incertezas envolvidas. "Acho que nós, como comunidade, precisamos nos reconciliar com o fato de que não há muito que possamos fazer para tentar ser cuidadosos", continuou Sarah Rugheimer, astrobióloga da Universidade York. "Porque, assim que houver uma descoberta empolgante, ninguém será cuidadoso. E está tudo bem."
Fonte: ScientificAmerican
Trending no Canaltech:
- Taiwan registra nova onda de terremotos; abalo central tem magnitude 6,3
- Placa Mercosul: Uruguai usa gambiarra para incluir cidade
- Deadpool & Wolverine | 7 easter eggs e referências do novo trailer da Marvel
- Meteoro é visto no céu de SC viajando a mais de 110 mil km/h
- Sonda flagra lago de lava liso como vidro em lua de Júpiter
- O que mudou do Motorola Edge 30 Pro para o Edge 50 Pro?