O que sabemos sobre o peixe cabeça-de-cobra que preocupa os EUA
Espécie invasora pode respirar fora d'água, andar em terra e possui dentes afiados que podem rasgar a carne humana
O cabeça-de-cobra do norte, um peixe invasor da Ásia que se alimenta de muitas espécies nativas, foi confirmado pela primeira vez na Louisiana, nos Estados Unidos, nesta semana.
A espécie foi vista por um pescador, que notou um par de cabeças de cobra adultas e alguns filhotes no lago Old River, que se ramifica com o rio Mississippi, a cerca de 19 quilômetros de Natchez, cidade do estado de mesmo nome.
"Nossa maior preocupação é que eles se expandam rapidamente e tenham um impacto em nossas pescarias na Louisiana", disse Rob Bourgeois, coordenador de espécies aquáticas problemáticas do Departamento de Vida Selvagem e Pescas do estado, em entrevista à imprensa local.
Peculiaridades da espécie
O cabeça de cobra do norte é uma espécie invasora. Ele pode respirar fora d'água e andar em terra.
De acordo com uma publicação da National Geographic, o peixe não só pode se locomover por terra e viver sem água por até três dias, mas também tem um apetite enorme, dentes afiados e mandíbulas que podem rasgar a carne humana.
Normalmente, mede cerca de um metro. Eles são conhecidos por se esgueirar para fora da água para caçar lagartos e pererecas. Patos, ratos e até pilhas AA foram encontrados em barrigas deste peixe.
Ele pode respirar ar fora da água, algo raro entre os peixes. Essa característica permite que a espécie engula o ar enquanto habita em cursos d'água rasos e com baixo teor de oxigênio.
"Eles parecem viver em lugares que não deveriam. Pode ser água quente, rasa, gramada ou em uma vala agrícola", disse Rob Bourgeois.
Agora, a espécie chegou no estado norte-americano da Louisiana. O que não é uma surpresa para os especialistas, já que o peixe já foi para a Geórgia, Flórida, Virgínia e outros lugares nos Estados Unidos.
O peixe fez sua primeira aparição nos EUA em um lago atrás de um shopping center em Maryland há 21 anos. Desde então, se espalhou para pelo menos 12 outros estados.
De acordo com o site NOLA.com, o estado de Louisiana não tem atualmente um plano para conter os peixes, mas está trabalhando nisso com agilidade.