O que sabemos sobre o X, ideia de "'aplicativo de tudo" de Elon Musk
Declarações recentes do bilionário em meio à compra do Twitter mostram que o plano de desenvolvimento de um "app de tudo" está firme
Elon Musk, que nesta semana refez a proposta de compra do Twitter nos valores originais (US$ 44 bilhões, ou seja, R$ 229 bilhões), afirmou que comprar a rede social acelerará a criação do X, que seria um “aplicativo de tudo”. Mas se você ainda não entendeu o que significa isso, o bilionário tentou explicar, ainda que com poucas pistas.
Durante o último ano, em múltiplas ocasiões, Musk deu mais detalhes dos seus planos para o app “X”. Nesta terça-feira (4), em resposta a um comentário no próprio Twitter, Musk disse que seria mais rápido construir o “X” do zero a partir de agora: “O Twitter provavelmente acelera o X por três a cinco anos, mas eu posso estar errado".
A mesma declaração foi feita durante uma reunião anual de acionistas da Tesla, em agosto. Aos acionistas, Musk disse que tinha uma “visão maior para o que ele achava que a X Corporation poderia ter sido no passado”.
"É algo muito grande e, claro, que teria que ser iniciado do zero, mas acho que o Twitter aceleraria isso em três a cinco anos", comentou Musk.
Além disso, o empresário já brincou com o X.com sendo um possível concorrente do Twitter. Em agosto, quando perguntaram se ele lançaria o próprio site em vez de comprar o Twitter, ele respondeu “X.com”, indicando que sim, e que seria o tal X.
Fundado em 1999, o X.com era um banco online, que mais tarde se fundiu com outro sistema de pagamento online e se tornou o Paypal. Em 2017, Musk comprou o nome do domínio e relançou o site. Na época, apesar de não ter planos concretos para o site, Musk afirmou que o domínio tinha “grande valor sentimental” para ele.
O que é o app X de Elon Musk?
Ainda não sabemos muito sobre esse aplicativo, mas a agência de notícias Bloomberg notou que ele elogiou em maio o aplicativo de mídia social WeChat, da Tencent. Ele permite acesso a serviços que vão desde pagamentos até entrega de alimentos e solicitações de corridas de carro, como os da Uber.
O problema é que o WeChat é visto como uma ferramenta de vigilância do governo na China, também sujeita à censura, o que não casa com a ideia de Musk de reconstruir o Twitter como um farol da liberdade de expressão.
Outros “superapps”, isto é, que oferecem mais do que serviços básicos de rede social, são mais comuns na Ásia atualmente, como os apps Grab, em Singapura e na Malásia, e o Line, no Japão, de acordo com a CNN.
"Não há movimento do WeChat fora da China", disse Musk, de acordo com a transcrição de uma reunião da prefeitura com funcionários do Twitter em junho, obtida pelo site Vox. "E eu acho que há uma oportunidade real para criar isso”, completou.