O que sabemos sobre os danos na nave russa Soyuz e o que falta saber
A maior preocupação são os computadores de voo a bordo da espaçonave; sem eles, astronautas terão que realizar pouso manualmente
Um vazamento de gás de uma nave espacial acoplada à Estação Espacial Internacional (ISS, no inglês) tem procupado agências espaciais desde a quarta-feira (14). A suspeira é a de que o circuito externo de resfriamento da Soyuz MS-22 pode ter sido atingido por um micrometeorito.
Segundo a União Astronômica Internacional, um micrometeorito geralmente pesa menos de um grama e mede menos de um centímetro de diâmetro. É uma "pedrinha" minúscula vagando na microgravidade, mas mesmo um desses pode danificar equipamentos.
Os astronautas russos Sergei Prokopyev e Dmitry Petelin, a bordo da ISS, se preparavam para uma caminhada espacial quando o sistema de alarme disparou, indicando uma queda na pressão do sistema de refrigeração.
Problem with Soyuz MS-22 on the ISS right now! pic.twitter.com/V4Ymvnn2D1
— Chris Bergin - NSF (@NASASpaceflight) December 15, 2022
Em um comunicado na quinta-feira, a Nasa informou que os membros da tripulação da Estação Espacial Internacional estão a salvo e não correm perigo em decorrência do vazamento. Mas restam dúvidas sobre quais serão os próximos passos adotados pelas agências espaciais para resolver o problema.
A Roscosmos, agência espacial russa, não foi capaz de estancar o vazamento, então o incidente só parou quando todo o gás refrigerante saiu do sistema da aeronave.
Medindo os estragos
Os controladores russos tentaram usar um braço robótico da estação para observar a extremidade traseira da Soyuz, onde ocorreu o vazamento, mas não conseguiram dados conclusivos. Durante o final de semana, a Nasa deve utilizar outros equipamentos da própria estação espacial para visualizar melhor a área danificada.
A Roscosmos testou os propulsores da Soyuz MS-22 na manhã desta sexta-feira (16) para determinar se havia algum problema com seu sistema de propulsão, mas os resultados vieram normais.
As preocupações recaem sobre computadores a bordo da espaçonave, essenciais para cálculos de rota e pouso seguro, que podem ser superaquecidos devido à falta de resfriamento. Sem esses equipamentos, é possível fazer o pouso manualmente, mas a área de aterrissagem se torna mais imprevisível.
Nenhuma decisão sobre o destino da espaço nave foi tomada ainda. A inspeção visual do final de semana deverá fornecer dados que ajudarão a Rússia e os Estados Unidos a definir próximos passos.
Se tudo estiver bem e a temperatura do computador de vôo permanecer estável, o veículo pode não voltar para casa até março. Entretanto, seu retorno pode ser acelerado se houver preocupações com o superaquecimento dos computadores.