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Obras de arte estimulam 10 vezes mais o cérebro do que reproduções, diz estudo

Os cientistas usando rastreamento ocular e ressonâncias magnéticas para identificar as diferenças neurológicas entre a arte real e imagens

7 out 2024 - 05h03
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Foto: Mauritshuis/Divulgação

Cientistas holandeses descobriram que obras de arte reais em museus conseguem estimular o cérebro 10 vezes mais do que um pôster com a mesma imagem.

O estudo neurológico foi comissionado pelo Museu Mauritshuis em Haia, onde está exposta "Moça com Brinco de Pérola", de Johannes Vermeer. A pesquisa independente utilizou tecnologia de rastreamento ocular e ressonâncias magnéticas para apontar a atividade cerebral dos voluntários.

Os resultados mostraram que 20 voluntários tiveram uma resposta 10 vezes mais intensa ao observar obras de arte originais na comparação com reproduções.

A diretora do Mauritshuis, Martine Gosselink, disse ao The Guardian, jornal britânico, que a diferença de estímulos é enorme. “Você se torna [mentalmente] mais rico quando vê as coisas, consciente disso ou não, porque faz conexões no seu cérebro”, afirmou.

Ela ainda destacou que já estava convencida do poder do original das obras mesmo antes do estudo. Porém, queria que seu palpite intuitivo fosse investigado formalmente. Ela chegou a conversar sobre a sensação com seus colegas há mais de um ano. 

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“Todos sentimos a diferença – mas isso é mensurável, é real? Agora, hoje podemos realmente dizer que é verdade”, confirmou.

Sobre o estudo

O estudo foi realizado por uma equipe de especialista em neurologia, liderada por Martin de Munnik, que é cofundador do instituto de pesquisa Neurensics. Segundo ele, o estudo teve dois elementos.  

Foram selecionados voluntários com idades entre 21 e 65 anos. Eles foram conectados a um eletroencefalograma (EEG) e um equipamento de rastreamento ocular. Todos observaram cinco pinturas no museu e os pôsteres das mesmas, que são vendidas na loja do museu.  

Também houve a análise dos efeitos de imagens de obras ante as reproduções, que foram exibidas rapidamente nos óculos dos voluntários. Eles estavam dentro de uma máquina de ressonância magnética funcional na Universidade de Amsterdã. 

As artes reais trouxeram uma resposta positiva mais forte na região do pré-cúneo, parte do cérebro envolvida com a consciência, autorreflexão e memórias pessoais, de acordo com os pesquisadores.

Foi utilizado, por exemplo, a arte “O Tocador de Violino”, de Gerrit van Honthorst, que desenvolveu um estímulo positivo de “aproximação” de 0,41 em uma escala de 1, na vida real. Mas no formato de pôster, esse estímulo alcançou somente 0,05 na escala.  

A pesquisa também analisou "Moça com Brinco de Pérola", uma obra popular que atraiu a atenção dos voluntários, que fixaram seus olhares em um “ciclo de atenção sustentada”, ou seja, um triângulo entre o olho iluminado da moça, sua boca e o brinco de pérola.  

Fonte: Redação Byte
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