Ômicron BQ.1: casos da nova subvariante da covid são confirmados no Brasil
No Brasil, a Ômicron BQ.1 já foi identificada no Amazonas, no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro. A nova subvariante da covid é mais transmissível
No Brasil, os primeiros casos da subvariante da Ômicron BQ.1 já aparecem em diferentes estados, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Inicialmente, a nova cepa da covid-19 foi identificada no Amazonas no dia 20 de outubro e, desde então, é relatada em outras partes do país.
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A nova subvariante do coronavírus SARS-CoV-2, a Ômicron BQ.1, é responsável pelo atual aumento de casos da covid-19 na Europa, na América do Norte e também na Ásia. Neste cenário, é possível que o Brasil também enfrente uma nova onda da doença, como alguns já indicativos apontam.
No entanto, é preciso ressaltar que a cepa ainda não é predominante entre os casos da covid-19 registrados entre os brasileiros — as mais comuns ainda são as cepas BA.4 e BA.5, que também descendem da Ômicron.
Subvariante Ômicron BQ.1 no Brasil
Caso no Rio de janeiro da nova subvariante
No sábado (5), a Secretaria Municipal de Saúde da cidade do Rio de Janeiro confirmou o primeiro caso da subvariante da Ômicron BQ.1 no município. Para chegar a esta conclusão, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizou o sequenciamento genômico da amostra da paciente infectada.
A primeira paciente da BQ.1 no Rio é uma mulher de 35 anos que não apresenta sintomas graves da covid-19. "Ela já estava com as quatro doses da vacina, então os sintomas são leves e similares a infecções por outras variantes", explicou Daniel Soranz, secretário municipal de saúde, para a BBC Brasil.
Como a mulher não tinha viajado, este é um indicativo da transmissão local (comunitária) da subvariante. "No momento, a recomendação é para que aqueles que ainda não tomaram a dose de reforço da vacina contra a covid-19 procurem uma unidade de saúde a partir de segunda-feira (7), para concluir o esquema de imunização', orienta a SMS, em nota.
Descoberta da BQ.1 no Rio Grande do Sul
Na última sexta-feira (4), o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) e a Secretaria Estadual da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul confirmaram o primeiro caso da subvariante da Ômicron BQ.1 no estado.
Sem divulgar detalhes sobre o indivíduo, sabe-se que o paciente é residente da região metropolitana de Porto Alegre e, no momento, está internado na capital, com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) — uma das complicações da covid-19 grave.
Hoje, "a principal preocupação é em relação àquela parcela da população que está em atraso ou não fez as doses de reforço da vacina contra covid-19, pois esses indivíduos estão mais suscetíveis a contrair a doença, mas também terem uma apresentação mais grave da doença quando não têm a imunização adequada", afirmou Richard Steiner Salvato, coordenador da Vigilância Genômica no Cevs, em nota.
O que sabemos sobre a Ômicron BQ.1?
Por ser uma subvariante recente da covid-19, a maioria dos estudos sobre a cepa da Ômicron BQ.1 ainda estão em andamento, mas alguns achados preliminares já são conhecidos. Por exemplo, não há mudanças em relação aos sintomas da doença, conforme explica Alberto Chebabo, infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), para a BBC Brasil.
Dessa forma, os principais sintomas da covid-19, provocados pela BQ.1, são:
- Dor de cabeça;
- Tosse;
- Febre;
- Dor de garganta;
- Cansaço;
- Perda de olfato e paladar.
Por outro lado, a principal característica que a difere a Ômciron BQ.1 das outras cepas é o maior escape da proteção contra as vacinas. Isso porque a nova subvariante apresenta mutações importantes da proteína S (Spike) da membrana celular, como a R346T — que está presenta também na BA.5.
As vacinas ainda tem alta efetividade para casos graves. A vacina remodelada para a variante ômicron auxiliaria também na efetividade contra formas mais leves. Mas com as doses de reforço, nós estamos bem protegidos- o cuidado deve ser os + vulneráveis: idosos e imunossuprimidos
— Ethel Maciel, PhD (@EthelMaciel) November 6, 2022
"Até o momento, sabemos que [a BQ.1] é mais transmissível, mas não é mais grave", explica Ethel Maciel, doutora em Epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em post nas redes sociais. "Infelizmente, não temos as vacinas remodeladas para a variante Ômicron no Brasil e temos muita gente com dose atrasada da vacina que está disponível", acrescenta sobre o cenário favorável para a disseminação da subvariante.
Apesar disso, Maciel reforça que "as vacinas ainda tem alta efetividade para casos graves" e recomenda que a população busque a quarta dose do imunizante contra a covid-19. Em paralelo, questiona a falta de tratamentos de ponta no Sistema Único de Saúde (SUS), como antivirais específicos para o vírus, que serão especialmente necessários para idosos e imunossuprimidos.
Fonte: Agência Brasil, Estado do Rio Grande do Sul e BBC
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