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Operação da PF busca suspeitos de fraudes bilionárias com criptomoedas

Movimentação com fraudes e esquemas de pirâmide com criptomoedas pode chegar a R$ 4 bilhões no Brasil, disse a Polícia Federal

6 out 2022 - 12h38
(atualizado às 16h43)
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Operação inclui 20 mandados de busca e apreensão contra organização suspeita de fraudes bilionárias com criptomoedas no Brasil
Operação inclui 20 mandados de busca e apreensão contra organização suspeita de fraudes bilionárias com criptomoedas no Brasil
Foto: Divulgação / Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) disse nesta quinta-feira (6) que deflagrou operação que inclui 20 mandados de busca e apreensão contra organização suspeita de fraudes bilionárias com criptomoedas no Brasil e no exterior ligadas a esquemas de pirâmide.

A PF disse que além dos mandados, expedidos pela 23ª Vara Federal de Curitiba, houve a decretação judicial de sequestro de imóveis e bloqueio de valores. As ordens judiciais foram cumpridas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná.

As investigações começaram neste ano e envolveram Interpol, órgãos dos Estados Unidos e a PF. A operação desta quinta-feira aprofunda apuração de prática de crimes contra a economia popular e o sistema financeiro nacional, de estelionato, de lavagem transnacional de dinheiro e de organização criminosa.

Segundo as investigações, a movimentação pode chegar a R$ 4 bilhões no Brasil, disse a PF, que não divulgou a identidade dos investigados. Os crimes teriam ocorrido localmente e no exterior desde 2016.

Brasileiro teria feito milhares de vítimas prometendo, por meio de suas empresas, ganhos com operações de criptoativos
Brasileiro teria feito milhares de vítimas prometendo, por meio de suas empresas, ganhos com operações de criptoativos
Foto: Pierre Borthiry / Unsplash

As investigações giram em torno de um brasileiro que, segundo diligências iniciais, possuía mais de 100 empresas abertas no Brasil vinculadas a ele e que, através de seu grupo empresarial, estaria lesando investidores no exterior e em território nacional, de acordo com comunicado da PF.

No Brasil, ele teria feito milhares de vítimas prometendo, por meio de suas empresas, ganhos com operações de criptoativos, segundo a polícia. Ele alegava vasta experiência nesse mercado e informava aos clientes que possuía grande equipe de traders, que gerariam lucro com o aluguel dos criptoativos.

A PF disse que outra estratégia identificada era a de criação de criptomoedas próprias, que eram comercializadas com promessa de pagamentos de retornos mensais "extravagantes", segundo comunicado, mas que na verdade não possuíam lastro ou liquidez no mercado.

A mesma organização, de acordo com a PF, desenvolvia fraude semelhante com parceiros no exterior, mas focada em marketing multinível. A ação ocorria nos EUA e em ao menos outros dez países, informou a PF sem revelar o nome dos envolvidos.

Os recursos obtidos com os golpes eram usados para pagamentos das remunerações mensais e aquisição de imóveis de alto valor, carros de luxo, embarcações, reformas, roupas, viagens, entre outros gastos, disse a PF.

A PF afirmou que a organização criminosa passou a atrasar pagamentos e deixou de honrar remunerações mensais contratadas pelos clientes, além de bloquear os saques, alegando problemas de ordem administrativa, financeira e técnica.

A operação, chamada Poyais, envolveu cerca de 100 policiais federais e teve a participação de servidores da Receita Federal.

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