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O que "novo tempo" com China vai trazer à tecnologia e economia do Brasil?

Acordos entre Lula e Xi Jinping englobam áreas como satélites, semicondutores, 6G, inteligência artificial e expansão da internet

17 mai 2023 - 05h00
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Lula com o presidente da China, Xi Jinping
Lula com o presidente da China, Xi Jinping
Foto: Ricardo Stuckert

Brasil e China vivem um momento histórico em suas relações comerciais. A visita do presidente Lula ao seu maior parceiro comercial não foi só repleta de simbologias, como a da banda militar chinesa tocando a música "Novo Tempo" quando o presidente brasileiro desembarcou no país. Também foi de muito otimismo por conta das inúmeras possibilidades abertas com a retomada das relações entre os dois países.

Foram 15 acordos assinados entre Lula e Xi Jinping englobando as áreas de tecnologia, satélites, semicondutores, 6G, inteligência artificial, expansão da internet, clima, turismo, investimentos em energia limpa e outros setores muito estratégicos.

Fora isso, 12 grandes empresas privadas brasileiras deixaram a China com contratos assinados que somam US$ 50 bilhões. O mercado bilateral alcançou, no ano passado, US$ 150 bilhões e os investimentos diretos da China no Brasil acumulam US$ 70 bilhões.

Um "novo tempo" que deve alterar também a maneira como o Brasil vai fazer negócios com os chineses. Já que os governos lançaram mão de um acordo para que investimentos e comércio sejam feitos diretamente entre o Real e o Yuan (RMB), eliminando assim a necessidade do dólar como moeda de referência nas transações.

Além dos novos tempos nas relações e na economia entre os dois países, Pequim também está desafiando a influência dos norte-americanos em seu próprio continente. E se a China está empenhada em ressignificar a ordem mundial, a visita de Lula foi mais uma oportunidade de avanço nessa nova agenda global, já que o Brasil é tido como um jogador chave nessa grande estratégia.

Centro de vacinas Brasil-China

O momento é realmente muito promissor já que um enorme leque de oportunidades se abriu com esse "novo tempo" na parceria Brasil-China. Após anos de falta de entendimento, os dois países anunciaram a criação de um centro para o desenvolvimento de vacinas e produtos médicos que vai atuar concomitantemente em pesquisas para enfrentamento de surtos e pandemias.

Mesmo enfrentando muitos desafios, essa é uma medida que pode alterar o equilíbrio de forças, por exemplo, na Organização Mundial da Saúde.

Mas não moram aí as únicas oportunidades para o mercado brasileiro. Os acordos assinados devem promover ainda a redução dos custos financeiros nas transações comerciais bilaterais, uma maior previsibilidade nas taxas de câmbio e maior facilidade no acesso a financiamento e investimentos. Além da expansão do mercado na China para os produtos e serviços brasileiros.

Isso sem falar no anúncio da gigante do e-commerce Shein de investimentos da ordem de R$ 750 milhões para fabricação de produtos no Brasil. Assunto para a próxima coluna.

O fato é que parece que estamos mesmo diante de um "Novo tempo (...) pra que nossa esperança, seja mais que vingança, seja sempre um caminho que se deixa de herança." como diz a bela canção de Vitor Martins interpretada por Ivan Lins e que abraçou o Brasil na chegada do presidente Lula à China. 

Fonte: Redação Byte
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