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Proibição do ChatGPT na China é autoritarismo ou estratégia comercial?

No início deste ano, governo chinês enviou recomendações aos reguladores pedindo bloqueio ao acesso da população ao chatbot

22 mai 2023 - 05h00
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Não demorou muito para que a China bloqueasse o acesso ao ChatGPT
Não demorou muito para que a China bloqueasse o acesso ao ChatGPT
Foto: Zhang Kaiyv / Unsplash

O ChatGPT é um modelo de linguagem que foi desenvolvido pela OpenAI e utiliza técnicas de aprendizado supervisionado e por reforço por meio da inteligência artificial. O chatbot é especializado em diálogo e foi lançado em novembro do ano passado. Só que não demorou muito para que a China bloqueasse o acesso ao serviço.

No início deste ano, o governo chinês enviou, inclusive, recomendações através dos reguladores pedindo que as empresas não liberassem o acesso da população ao ChatGPT diretamente ou ainda por meio de terceiros.

A alegação do país asiático é de que a plataforma é considerada "tendenciosa", o que violaria as leis de acesso à informação da China. Especialistas estão sugerindo que a proibição estaria ligada às respostas que o ChatGPT fornece.

Histórico de bloqueios à tecnologia ocidental 

Após as medidas, algumas das principais ações de tecnologia da China sofreram fortes quedas. Mas essa não é a primeira vez que o governo bloqueia sites ou aplicativos estrangeiros. Google, Facebook, YouTube e Twitter já sofreram bloqueios há pouco mais de dez anos. Assim como Wikipedia e o Reddit já foram proibidos entre 2018 e 2019.

O bloqueio de serviços de tecnologia ocidental na China é uma prática que acontece desde meados dos anos 2000. Mas não se engane! Nesse caso isso tem pouco a ver com o fato do país ser autoritário. Esse tipo de medida estimula o desenvolvimento de empresas locais na criação das suas próprias tecnologias.

Afinal de contas, desde 2017 o governo chinês tem o plano de transformar o país na principal potência de inteligência artificial até 2030. A tarefa parece ainda mais viável se levarmos em conta que a China tem uma população de 1,4 bilhão de pessoas fornecendo dados e alimentando a base das IAs que já estão em alta performance de desenvolvimento no país.

Depois da proibição do ChatGPT, as companhias chinesas estão trabalhando em ritmo acelerado para lançar alternativas domésticas à plataforma ocidental, e com muito mais chances dessas serem aceitas adequadas às leis chinesas e aceitas pelas autoridades locais.

IAs chinesas em andamento

A Baidu, por exemplo, uma das maiores empresas de tecnologia da China, está concluindo suas adequações e deve lançar em breve o Ernie Bot. A empresa iria lançar o Ernie como um serviço autônomo, no mês de março, mas o lançamento foi adiado e agora se sabe que o chatbot vai ser gradualmente integrado ao mecanismo de busca da Baidu. O que vai permitir que o mecanismo de busca da plataforma gere respostas semelhantes às de humanos para consultas feitas pelos usuários. É como o que já acontece com o Bard, do Google, e o Bing, da Microsoft.

Vale lembrar que a Baidu controla 70% do mercado de buscas online na China e tem mais de 200 milhões de usuários ativos diariamente. Uma clara resposta da China aos rivais internacionais no quesito mecanismos de busca.

No mesmo caminho, e trabalhando em um concorrente para o ChatGPT está a gigante Alibaba. A ferramenta vai existir, mas ainda não se tem detalhes e nem previsão de lançamento.

O fato é que quando qualquer player do mercado brasileiro for fazer benchmarks de aplicações de IA é super importante, eu diria fundamental, voltar os olhos para a China. Assim como é necessário começar a olhar desde já para a Deepfake-as-a-service. Ainda não sabe o que é isso? Me acompanhe na próxima coluna que eu te conto tudo.

Fonte: Redação Byte
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