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Como ChatGPT e outras IAs podem mudar a vida de pessoas com deficiência

Novas tecnologias podem deixar o mundo mais acessível, mas é preciso tomar cuidados

6 abr 2023 - 16h40
(atualizado em 10/4/2023 às 16h05)
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Uma pessoa usa um laptop com o site ChatGPT aberto. Ela é vista parcialmente, de costas e desfocada. As mãos digitam no teclado preto iluminado. Um óculos está sobre a mesa, ao lado do laptop.
Uma pessoa usa um laptop com o site ChatGPT aberto. Ela é vista parcialmente, de costas e desfocada. As mãos digitam no teclado preto iluminado. Um óculos está sobre a mesa, ao lado do laptop.
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Tecnologias que geram textos e imagens, como o ChatGPT, da OpenAI, e o Midjourney, têm muito impacto para pessoas com deficiência e precisam ser discutidas. 

Muitos aspectos podem afetar a capacidade de uma pessoa falar, entender ou escrever. As deficiências de comunicação estão relacionadas a uma grande quantidade de condições. Nesse caso, cada palavra exige mais esforço e tempo para ser falada ou escrita. Esse processo pode ser exaustivo e causar prejuízos sociais.

O ChatGPT e outras ferramentas que geram e compreendem texto podem auxiliar essas pessoas a se expressarem melhor, redigir ou melhorar textos para e-mails, simplificar ideias complexas, resumir artigos e praticar conversas para diferentes contextos, tudo de forma adaptada a cada usuário.

E o melhor de tudo: é possível utilizar essas funcionalidades em conjunto com comandos de voz, transcrição de áudios e vídeos e a tradução entre vários idiomas, inclusive em tempo real.

Já ferramentas como Dall-E  e Midjourney permitem gerar imagens a partir de simples descrições de texto. Quando descobri essa funcionalidade, logo imaginei que essa seria uma nova era para as pessoas cegas e com baixa visão.

Poderíamos criar imagens, mesmo sem enxergar. Designers cegos já existem, mas até o momento gerar uma arte do zero era uma barreira. Imagine, então, fazer edições gráficas só com comandos de texto?

Recentemente a OpenAI lançou o GPT-4, que permite o processo inverso: uma funcionalidade para a ferramenta fazer uma descrição textual detalhada e aprofundada a partir de imagens.

O recurso vai ser utilizado, por exemplo, pelo aplicativo Be My Eyes,  que conecta voluntários a pessoas com deficiência visual para fornecer assistência por meio de chamadas de vídeo.

Agora o Be My Eyes também terá um assistente virtual, capaz de responder perguntas sobre uma imagem ou foto tirada pelo usuário em linguagem natural. É muito semelhante à comunicação entre humanos. O objetivo é lançar o assistente virtual com reconhecimento de imagens até o final do ano. A novidade será lançada primeiro no iOS, sistema operacional da Apple.

O futuro é promissor, mas temos que calibrar nossas expectativas. Existem inúmeros desafios, limitações e cuidados dependendo do uso dessas ferramentas baseadas em IA.

As que geram textos, por exemplo, combinam palavras com base nos bilhões de dados que têm acesso. Assim, estabelecem uma probabilidade de quais termos devem aparecer e em qual ordem nas respostas que dão ao usuário.

Esse processo pode criar uma série de problemas e desvios, como frases completamente corretas do ponto de vista linguístico e gramatical, mas com um conteúdo completamente falso e inventado. Esse fenômeno é chamado de 'alucinação' da inteligência artificial.

Outras questões me vem à mente: pessoas com deficiência, de fato, terão acesso descomplicado a essas ferramentas? As interfaces respeitam as diretrizes de acessibilidade web? Como as IAs generativas vão impactar a empregabilidade de pessoas com deficiência, que já está em níveis baixíssimos?

Todos esses debates só estão engatinhando e precisam nos incluir. O impacto dessas tecnologias pode ser positivo, mas só o discurso de promover a acessibilidade e inclusão não é o suficiente.

Tudo dependerá de como essa conversa e esse debate será conduzido e das implicações dessas ferramentas no cotidiano de cada um de nós, ainda mais quando falamos de minorias. Eu te convido a se juntar a mim nesse desafio!

Fonte: Redação Byte
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