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Entenda por que devemos valorizar e promover tecnologias de baixo custo

Produtos como esses ganham um terreno fértil no Brasil, um país extremamente populoso, com desigualdade latente e grupos vulneráveis

13 jun 2023 - 05h00
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Mãos trabalham em uma placa de protótipo com fios finos azuis, vermelhos e verdes. Ela está apoiada numa bancada de madeira. A placa plástica é quadrada, branca e tem centenas de micro furos onde os fios estão conectados.
Mãos trabalham em uma placa de protótipo com fios finos azuis, vermelhos e verdes. Ela está apoiada numa bancada de madeira. A placa plástica é quadrada, branca e tem centenas de micro furos onde os fios estão conectados.
Foto: Jeswin Thomas / Unsplash

Estamos acostumados a pensar em tecnologia como produtos e serviços de ponta, com alto custo de pesquisa, desenvolvimento e implementação. Não tem nada de errado em analisar e refletir sobre esses recursos, mas a imprensa especializada cobre muito pouco iniciativas de baixo custo, com grande potencial de impacto nas comunidades menos favorecidas.

Essas metodologias e produtos ganham um terreno fértil no Brasil, um país extremamente populoso, com uma desigualdade latente e grupos vulneráveis e ainda excluídos, como povos indígenas, pessoas com deficiência ou que vivem em regiões rurais e com pouca oferta de serviços.

Um desses exemplos é um sensor descartável que mede a glicose na lágrima, desenvolvido pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Basta encostar o sensor de papel no olho para acompanhar os níveis de glicose no organismo. Genial, né?

O melhor de tudo é que cada sensor custa aproximadamente R$ 0,10. De acordo com a pesquisadora Ellen Flávia Moreira Gabriel, um medidor de glicose custa, em média, R$ 60 e um pacote com 300 tiras para coletar o sangue pode chegar a custar R$ 200.

Mas não pense que tecnologias de baixo custo não incluem serviços e produtos digitais. Existem diversas ferramentas educacionais gratuitas ou acessíveis para serem utilizadas de forma coletiva com o foco na melhora do aprendizado e na inclusão.

O portal do Centro Tecnológico e de Acessibilidade do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) reúne uma série de recursos e dicas para criar e consumir conteúdos em formato acessível por e para pessoas com deficiência física, visual e auditiva.

Projetos como esses têm o potencial de mudar vidas e necessitam de destaque, apoio e divulgação, para que possam ser utilizados, replicados e aplicados em outros contextos e locais ao redor do país.

É o que faz a Fundação Banco do Brasil. Desde 2001, a instituição seleciona, reconhece e certifica projetos que desenvolvem tecnologias sociais desenvolvidas pelas comunidades e que podem ser replicadas em outros locais.

A plataforma Transforma! Rede de Tecnologias Sociais reúne uma série de conteúdos e as centenas de projetos que já foram contemplados. Tem iniciativas nas áreas de alimentação, educação, energia, habitação, renda, recursos hídricos, saúde, meio ambiente, dentre outras.

Se você chegou até aqui, muito provavelmente já tenha se convencido de que é urgente valorizar esse potencial de transformação social por meio da tecnologia.

Existem, sim, contextos que necessitam de especialistas e soluções que implicam em custos maiores de implementação. Ao mesmo tempo, é fundamental promover a inovação e projetos acessíveis, fáceis de serem utilizados e adaptados por diferentes comunidades, para não aumentar ainda mais a exclusão e desigualdade social.

Fonte: Redação Byte
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